Foto: PJC
Uma organização criminosa que distribuiu mais de 2 toneladas de droga, especialmente maconha, nos últimos nove meses nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e região foi desarticulada na operação "Halitus", deflagrada na manhã desta quinta-feira (27), pela Polícia Judiciária Civil, em investigações da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE).
Desde o amanhecer, 154 policiais civis (14 delegados e 140 investigadores e escrivães), foram para bairros das duas cidades para cumprir 15 mandados de prisão preventiva e 31 buscas e apreensão, em pontos mapeados na venda ilícita de entorpecentes, as chamadas bocas de fumo.
A investigação da DRE iniciou há nove meses levando a prisão, do começo do trabalho até o reta final da operação, 40 traficantes que atuavam fortemente na distribuição e comércio de maconha na região metropolitana.
Dos presos, 22 foram em decorrência de 15 flagrantes de apreensão de carregamentos de maconha, lavrados ao longo da investigação, e 13 pessoas presas por mandados de prisão preventiva e outras 05 em flagrantes, nesta quinta-feira.
"Essa operação é fruto de um trabalho da DRE, desenvolvido pelo núcleo operacional, com o núcleo de inteligência, que resultaram em diversas ações nesses últimos 9 meses, quando identificamos um grande grupo criminoso voltado para o tráfico de entorpecentes com residências nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande", disse o delegado que preside a investigação, Ferdinando Frederico Murta.
Na operação desta quinta-feira, também foram presos em flagrante pessoas surpreendidas pelos policiais com drogas, balança de precisão, armas de fogo, rádio comunicador, dinheiro e celulares, que configuram o tráfico. O material ainda está sendo catalogado, assim como a quantidade de pessoas que serão autuadas.
De acordo com Frederico Murta, a investigação iniciou com a identificação de traficantes do bairro Costa Verde, em Várzea Grande. "A medida que foi aprofundando, constatamos que se tratava de uma organização bem maior. No final dos trabalhos, chegamos a 54 indivíduos associados para o tráfico de drogas", frisou.
O delegado titular da DRE, Vitor Chab Domingues, pontuou o trabalho qualificado pela equipe da Especializada. "Um trabalho árduo feito com muito profissionalismo, que resultou nessa grande ação hoje que contamos com apoio de várias delegacias da Diretoria Metropolitana e Atividades Especiais", elogiou.
Líderes
A organização com 54 pessoas identificadas tinha como articuladores do esquema de tráfico de drogas, os suspeitos J.S.R, preso no Residencial Coxipó, e V.S.A, localizado no bairro Parque das Nacões, ambos em Cuiabá. Os dois são considerados os maiores distribuidores de maconha na Capital e em Várzea Grande, e tiveram mandados de prisão cumpridos na operação "Halitus".
A dupla era responsável por toda a logística de transporte de drogas, desde a região da fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai até a chegada em Cuiabá. “O transporte era realizado por meio de veículos automotores, que deslocavam-se pelas principais vias de acesso com grandes carga de droga, sempre com apoio de outros veículos fazendo trabalho de ‘batedor’, evitando assim as abordagens policiais”, explicou Ferdinando Frederico Murta.
Movimentação
A movimentação da quadrilha era intensa. Em um dos carregamentos de maconha trazida do Paraguai, a Polícia Civil apreendeu 620 quilos, distribuídos em 517 tabletes transportados dentro de um veículo Gol prata. A apreensão ocorreu no dia 9 de janeiro, no km 23 da Rodovia Emanuel Pinheiro, de acesso ao município de Chapada dos Guimarães (76 km ao Norte).
A droga estava dentro de um veículo Gol, prata, conduzido por Everton Faraji de Andrade, 24 anos, que vinha com auxílio de uma Fiat Strada, dirigida por Danilo Rodrigues Nunes, 24 anos. A picape agia na condição de “batetor”, à frente do Gol.
O automóvel Gol estava totalmente abarrotado de tabletes, espalhados por todos os compartimentos como porta-malas, bancos traseiros e as laterais. Quando os policiais abriram a droga começou a cair.
Seis veículos foram apreendidos durante os trabalhos da especializada.
Conforme o delegado, a movimentação financeira será objeto da próxima fase da operação, junto ao Laboratório de Tecnologia de Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-D). "Temos informações que movimentavam bastante. Mas ainda não temos o valor de capital que giravam. Esse trabalho contábil será feito de agora adiante", disse.
Com Assessoria-PJC