A Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica), da Polícia Judiciária Civil, concluiu o inquérito policial da prisão preventiva, do agente prisional, Reinaldo Luiz Akerley, 46 anos, preso no dia 24 de junho, no bairro Manga, em Várzea Grande.
O inquérito foi encaminhado ao Fórum de Cuiabá, na última quarta-feira (05), com o indiciamento do agente nos crimes de estupro de vulnerável, favorecimento à prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente e pelo crime de possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explicito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
De acordo com o delegado da Deddica, Daniel Valente, no inquérito, foram ouvidas 22 adolescentes, que confirmaram a conduta do agente, que há sete anos vem agindo da mesma forma: criando concursos e projetos fictícios denominados “Garota da Copa”, “Garota Olímpica” e “Garota Colírio”. “Ele produzia algumas camisetas com esses slogans e aliciava adolescentes, em especial, as de baixa renda para participarem, com a promessa de ganharem muito dinheiro”, explicou o delegado.
A seleção consistia em ensaios fotográficos, em pontos turísticos como Chapada dos Guimarães e Lago do Manso. No primeiro momento, as fotos eram tiradas com as garotas vestidas, depois somente de biquíni e por último, propunha para a menina tirar foto nua, alegando que a garota tinha aptidão para modelo. As meninas recebiam entre R$ 50 a R$ 100,00.
“Não satisfeito, ele passava a agenciar as vítimas para fazer programas, com ele mesmo e com terceiros”, contou o delegado.
O agente custeava viagens com as garotas aliciadas para cidades como o Rio Janeiro, São Paulo e praias do Nordeste, locais onde também faziam sessões de fotos e programas.
O delegado disse que foram identificadas 22 garotas, mas é difícil precisar quantas adolescentes foram vítimas, em razão do tempo de atuação do agente.
A delegacia ainda aguarda o resultado de perícias no computador e em dois celulares apreendidos com o agente no dia de sua prisão, para dimensionar a quantidade de imagens armazenadas e recuperar algumas fotos apagadas.
O agente passou a ser investigado em maio deste ano, quando foi abordado pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), nas proximidades da Arena Pantanal. Na ocasião, estava acompanhado de quatro adolescentes de 14, 16 (duas) e 17 anos.
Os policiais entranharam o homem fotografando as garotas em trajes sensuais, e quando abordado informou aos investigadores que as meninas faziam parte do projeto "Garota Olímpica", se identificando, inclusive, como agente prisional, alegando também ter autorização dos pais das adolescentes para fazer as fotos.