Foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (21) pela Polícia Civil do Paraná a operação “Volta às aulas” contra uma quadrilha suspeita de falsificar e vender diplomas e históricos escolares falsos de curso de ensino à distância em 11 cidades do Paraná, Rio de Janeiro e em Mato Grosso. Três pessoas foram presas no Estado com apoio da Delegacia Fazendária de Mato Grosso (Defaz).
O esquema consistia em um comércio clandestino de venda de diplomas e certificados, para alunos que sequer faziam as provas e ao final recebiam os documentos. A suspeita é de que duas empresas, a Interathyvo e a Paraná Cursos, buscavam através de propagandas alunos que necessitavam concluir o ensino médio e fundamental.
Ao invés de oferecerem o curso, as empresas cobravam de R$ 1.300 até R$ 1.700 para falsificar as provas, inclusive documentos pessoais enviados a Secretaria da Educação do Paraná. O delegado-chefe do Nurce, Renato Basto Figueroa explicou que em média o tempo regular para fazer o curso médio e fundamental é de 18 meses, mas “neste caso os alunos que buscavam estas empresas marcavam e faziam as provas em uma semana em papel sulfite sem timbre”.
Com os documentos pessoais dos alunos e as falsas provas, as empresas encaminhavam toda a documentação para o Instituto Brasileiro de Ensino à Distância (Ibed) – quem tinha habilitação legal para emitir os diplomas e certificados. O Ibed por sua vez encaminhava todo o processo para a Secretaria da Educação para homologação dos diplomas e certificados.
Na sede do Ibed foram apreendidos documentos que compravam a irregularidade. Também foi encontrado provas em branco, porém com notas de aprovação do curso, assinados pela coordenadora pedagógica. “A secretaria da Educação foi mais uma vitima desta quadrilha uma vez que recebiam pastas montadas com falsos documentos”, explicou o delegado-adjunto do Nurce, Victor Loureiro.
A investigação teve inicio em abril e foi deflagrada nesta quarta-feira com a participação de 80 policiais. Nagib Riechi Filho, de 51 anos, é apontado como chefe da quadrilha. Ele é o dono da Interathyvo. Um diretor do Ibed e uma secretária também foram detidos. Todos responderão pelo crime de falsificação de documento público, falsidade ideológica, estelionato e associação criminosa. Os alunos que se beneficiaram da fraude serão ouvidos pelo Nurce e poderão responder por uso de documento falso.