Plantão Policial

Policia civil age rápido e impede assassinato de diretor do PCE

Andrea Lobo / Arquivo CMT

Pelo menos dois dos mais perigosos detentos do estado, membros da facção Comando Vermelho, Miro Arcangelo Gonçalves de Jesus, vulgo “Miro”, e Isaias Pereira Duarte, o “Caverninha”, teriam dado uma sentença de morte ao diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), Roberval Barros, e esta só não foi cumprida devido a uma ação rápida e conjunta da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). A informação foi divulgada pelo Diário de Cuiabá, desta quarta-feira (09).

Segundo a reportagem, a ação contou com um trabalho de inteligência, a GCCO descobriu a trama por meio de uma interceptação telefônica de membros da facção ao diretor da PCE, e a Sejudh realizou transferências de líderes da facção para a Penitenciária Federal de Catanduvas, em Curitiba-PR, onde os detentos ficam em regime de segurança máxima, ou, à brasileira, Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).

Devido às ações, sete membros do CV foram para o presídio federal, no Paraná. Os dois líderes, considerados de altíssima periculosidade, teriam planejado pessoalmente a morte do diretor.

Um inquérito foi aberto para apurar as minúcias desse plano. Agentes prisionais, sob promessa de anonimato, confirmaram, inclusive, que Caverninha ficou bastante irritado com a descoberta do plano e as transferências, tanto que resolveu ameaçar diretamente o diretor da PCE. “Eles normalmente passam o dia nos ameaçando mesmo, isso pra nós já é normal. Mas ameaçar autoridades e diretores não é o comum, não na frente deles, como o Caverninha fez no dia da transferência. Disseram que não iam deixar barato”, disse uma das fontes.

Uma das ordens seria para que o diretor da PCE fosse executado na porta da penitenciária comandada por ele, uma maneira de demonstrar força e afrontar as forças de segurança pública. Foi a partir da descoberta desse planejamento e da maneira como pensaram em desdobrá-lo, que houve a decisão do estado de transferir não só dois, mas todos os líderes do CV em Mato Grosso, como o considerado líder número um da facção, Sandro Louco.

Ao Diário, o diretor disse que não podia falar sobre o assunto e que estava proibido de comentar um inquérito policial, entretanto, em momento nenhum negou as informações publicadas pela reportagem. A reportagem apurou, entretanto, que Barros agora anda escoltado e sai pouco de casa.

Informação confidencial

A assessoria de comunicação da Sejudh informou que o diretor da PCE não responde pelo Estado, bem como agentes prisionais.

Afirmou também que a transferência de membros do Comando Vermelho não aconteceu por causa das ameaças ao diretor da PCE, e sim por motivos “reservados à segurança do Governo do Estado”. “A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso (Sejudh-MT) vem a público esclarecer que as transferências de recuperandos do Sistema Penitenciário de Mato Grosso (Sispen-MT) não foram motivadas por ameaças feitas por facção criminosa ao diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE). A ação é fruto de assunto reservado à segurança do Governo do Estado e em nenhum momento o número de presos ou o local para o qual foram transferidos foi divulgado oficialmente pela Sejudh”.

Em contato com a assessoria de imprensa da Policia Civil, as informações também não puderam ser confirmadas. 

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Plantão Policial

Ladrões explodem caixa eletrônico em VG

Inicialmente, os ladrões usaram um maçarico para cortar o equipamento, mas não conseguiram e usaram explosivo.    Os bandidos fugiram
Plantão Policial

Em Sorriso 66 motos são apreendidas em operação da PM

"Esta é uma determinação do comandante, tenente coronel Márcio Tadeu Firme. Até o carnaval, faremos todos os dias blitz em