Opinião

PODER: DISTANTE DA REALIDADE

Fotos: Graci Ourives Miranda

É relevante demonstrar que ‘autoridades’ não circulam pelo Centro Histórico de Cuiabá-MT e nem tampouco em hospitais públicos do Estado. 

Enquanto os médicos se aproximam da sociedade, alguns políticos não demonstram comprometimento em estar ao lado do cidadão. É visível a necessidade de se implantar hospitais no interior.

Comprova-se o fato quando os pacientes não são atendidos em suas zonas de conforto – suas cidades.

Os gestores gastam com “casas de apoio”, transportes e outras necessidades, principalmente com deslocamento do cidadão. Isto é terrível, pois gera afastamento do convívio familiar e das condições ambientais em que ele vive.  Basta estar por alguns minutos nas ruas da cidade que constataremos a falta de respeito para com o eleitor, que não se aprofundou em cultura para escolher seu representante. Somente seremos transformados e votaremos com qualidade através do viés cultura/educação. Com escolas de qualidade e domínio cultural, teremos habilidade para escolher bons representantes.

A ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT, Maria Lucia Cavalli Neder (2009), foi muito feliz na escolha do título de sua obra “A formação do professor a distância-desafios e inovações na direção de uma prática transformadora”. É tudo de que o Estado necessita: inovação em diversas áreas de sua competência.

Notar-se-á que somente através de profissionais qualificados existirão na sociedade movimentos transformadores. Com conhecimento ampliando a visão do eleitor, ele assimilará que tem direitos adquiridos e é necessário organizar a sociedade, para escolha de representantes éticos. Cidadão esclarecido é ‘antenado’ com a Constituição Federal.

O fato e o ato da deselegância dos gestores do Estado são detectados ao se visualizar a “Praça do Correio” e o “Morro da Luz”. No Centro existem obras em ruínas, que são marco da história sociocultural da cidade, mas quanto à conservação do patrimônio histórico, lamentavelmente, esta está esquecida pelos gestores.  É nítido o rompimento do pacto constitucional dos governantes para com os eleitores e a natureza. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Constituição Federal Capítulo VI- Do Meio Ambiente, Artigo 225. É acolhedor a entrada da AL e também o ambiente interno é confortável.

Se considerarmos as reflexões para novas gerações, a história do Estado, através da Arte, está comprometida. Nos espaços históricos é evidente o desrespeito à Constituição Federal.  Cruelmente, está claro que no momento há cidadãos sem ter, em seu cotidiano, sequer seus Direitos Básicos preservados: saúde, moradia, educação, segurança e meio ambiente. Justamente pela ausência das políticas públicas, lancei-me como pesquisadora voluntária dos locais em que a sociedade é respeitada, a exemplo do HUJM-UFMT, onde os gestores estão empenhados em provocar mudanças sociais e estabelecer o bem-estar coletivo.

Notabiliza-se que o HUJM vem atendendo com competência os 141 municípios, mesmo sem estrutura física e apoio logístico ou aparato requintado. É dever das prefeituras dar atendimento de qualidades a seus munícipes. Contudo, o hospital é detentor de poder ‘mental’ estrutural humano contribuindo para mudanças sociais. E ‘ com pouco faz muito’.  Postura ética, transparente e profissional é tudo que os gestores tanto da UFMT quanto do HUJM esperam de seus servidores. A atitude da direção já evidencia que todos devem viver o “sim, comandante!” para obedecer às leis. Pacientes recebendo orientações. Os profissionais do HUJM sempre próximo do cidadão. Será que os políticos procuram manter esta proximidade após as eleições? Jamais avistei um político no Ambulatório III do HUJM. Seria louvável que alguns ‘gestores’ municipais tivessem a chance de vivenciar o quanto é doloroso para o cidadão não ter hospitais.

Já em 1982, em seu depoimento na obra “Homens de Mato Grosso” (2013) o senador Vicente Bezerra Neto, sendo um político atuante, pontou em suas reflexões sobre os avanços do mundo moderno (…) hoje, é muito simplificado, amenizado, pelos instrumentos de progresso científico, da tecnologia. O que é a comunicação hoje? O que é o poder de transmissão? Já se educa através da TV. (…) ela ajuda no noticiário, a instantaneidade da comunicação. Não tem aquele isolamento que tinha antes. Tem as estradas, também, que estão fazendo. Deveria ter mais.” (In: MIRANDA, 2013)

Alguns municípios não se encontram no mundo da modernidade: comunicação e tecnologia, conteúdo tão exaltado nos discursos democráticos do ex-senador Vicente Bezerra Neto nos anos 70/80, com o objetivo de facilitar o cotidiano do cidadão.

É notória e lamentável a falta de respeito do Estado para com o cidadão. Alguns doentes por dependência química, sendo ‘ponto fora da curva’.  Enquanto os médicos e servidores do HUJM se dedicam habilmente para dar a eles esperança quanto à sua saúde física e emocional. A estrutura dos profissionais do HUJM-UFMT é diferenciada, pois o cidadão está sempre sendo motivada pela sua construção de vida. Neder (2009) “(…) os conhecimentos são históricos e determinados. Eles são resultado de um processo de construção que se estabelece no e do conjunto de relações homem-homem, homem-natureza e homem-cultura.” No campo da política não foi perceptível a preocupação com a sociedade-natureza.

Recorri ao discurso da cientista Lucia Helena Vendrusculo Possari (2009) “Sinalizando não de possibilidades, mas de permanências.” Assim foram efetivados os trabalhos desenvolvidos da UFMT, HUJM junto a cada cidadão no programa “Mutirão Nacional: HUJM Realizará mais de 600 exames” (2017). Sendo efetivado com qualidade.

Em atendimentos pacientes e cidadão foi marcante o equilíbrio existencial: arte e ciência. A postura do atendimento foi e é a arte de fazer o outro sentir-se igual, e pelo menos naqueles instantes seus Direitos Básicos adquiridos e, isto já é uma das maiores qualidades de um profissional que atua na área da saúde.

 Há imagens de vários veículos com as placas não identificáveis! Cadê os fiscais? Obediências às Leis? Não basta o descaso dos gestores para com o humano? Ainda as posturas dos servidores que conduzem estão obedecendo às Normas reguladoras? As imagens fazem eco.

É relevante lembrar que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado (…)” Art.196. E, no Capitulo II Dos Direitos Sociais no Artigo 6º “São Direitos sociais a educação. A saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, (…) a assistência aos desamparados.” Constituição Federal, 1988.

Esperamos que todo cidadão seja tratado com dignidade e que os “gestores” construam mais hospitais e ambientes escolares de qualidade com excelentes profissionais. Assim, teremos orgulho e estaremos enquadrados nos países de primeiro mundo, com Saúde, Educação, Moradia, Segurança e Meio ambiente. Sejamos céleres!

Graci Ourives de Miranda. Escritora/voluntária. 

Referência:

MIRANDA, Graci Ourives. Homens de Mato Grosso. 1ª. ed.Cuiabá/MT:Gráf.Print.2013.

NEDER, Maria Lúcia Cavalli. A Formação de Professores a distância e inovações na direção de uma prática transformadora. Cuiabá.EdUFMT, 2009. Prefacio:Dra.Lucia Helena Vendrusculo Possarri.

< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>

<http://hujm.ebserh.gov.br>

<http://www.al.mt.gov.br/legislacao/>

 

GRACI OURIVES DE MIRANDA

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