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Pochmann: fundação IBGE+ permitiria acesso a recursos financeiros complementares

O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, avaliou nesta quarta-feira, 29, que a resistência de parte dos servidores à criação da Fundação IBGE+ está ocorrendo em função de receios sobre eventual privatização da atividade do órgão. Ele refuta o argumento ao dizer que essa iniciativa vai proporcionar recursos financeiros complementares para o Instituto.

“Esse tema das fundações é um tema que gera controvérsia, não apenas no IBGE. Há uma perspectiva de entender que uma fundação desta natureza poderia levar a uma espécie de privatização”, declarou Pochmann, em conversa com jornalistas. “Pelo contrário, são modelos necessários para ampliar o orçamento e permitir a inovação tecnológica, absolutamente necessário nos dias de hoje”, disse.

O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) vem mostrando que há meses que IBGE vive uma crise interna provocada por inúmeras razões, incluindo a criação da fundação de direito privado IBGE+. O sindicato dos servidores convocou um ato contra a fundação.

Dificuldades

O presidente do IBGE disse ainda nesta quarta-feira que o órgão não conseguiu “vencer o problema do subfinanciamento”. Ele relatou cortes no fornecimento de energia elétrica e água, bem como dificuldades na realização de pesquisas.

O orçamento de 2024 foi R$ 2,7 bilhões, sendo 91% comprometido com folha de pagamento.

Ele cita que houve esforço para conseguir recursos extraordinários, incluindo a mudança na repartição dos recursos de fundos, visando recursos via royalties de petróleo ou via Fundo de Participação dos Estados e Municípios.

O IBGE disciplina qual área dos municípios que têm acesso aos recursos dos royalties de petróleo e define a estimativa populacional que permite aos municípios o recebimento. A ideia seria o Instituto receber uma parcela pela prestação do serviço.

“Nós não conseguimos que houvesse uma mudança legal que repartisse uma parcela pequena desses fundos para o IBGE, que é responsável por fazer essas negociações”, disse Pochmann. “Nós não recebemos porque uma lei proíbe transferência de recursos de empresas estatais e bancos públicos para fundações”, acrescenta.

Índice de preços segue de forma normal

O presidente do IBGE afirmou também que a aferição do índice de preços segue em normalidade, com todas as pesquisas em andamento. Ele acrescentou que o Instituto está fazendo uma “transição do período de enfraquecimento que viveu”, ao ser questionado sobre a crise interna com parte dos servidores da casa.

“O IBGE continua coletando todos os preços. Conversei com todos os superintendentes do IBGE, a situação é absolutamente normal. E é assim que ela vai perseguir o quanto estivermos à frente do IBGE”, declarou Pochmann.

Ele relatou que esteve no Planalto nesta semana para falar sobre o orçamento do IBGE.

Pochmann declarou que o orçamento considerado reduzido do Instituto levou a um cenário em que as “atividades meios” estão competindo por recursos com as “atividades finalísticas”.

Dentre as medidas adotadas para conter despesas, houve deslocamento de servidores que estavam em prédios privados para prédios públicos.

Estadão Conteudo

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