Em depoimento à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) nesta terça-feira (25), os policiais militares Cléber de Souza Ferreira, Ricardo de Souza Carvalhaes Oliveira e Denizel Moreira dos Santos Júnior preferiram ficar em silêncio. Eles foram presos pela Operação Assepsia por terem facilitado a entrega de um freezer com celulares, carregadores, fones de ouvidos e chips para líderes de uma facção criminosa na Penitenciária Central do Estado (PCE).
Um forte esquema de segurança foi montado pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope). O trio optou por não responder aos questionamentos da Polícia Civil, seguindo orientação dos advogados de defesa, e só vão se pronunciar em juízo.
Após o procedimento, Cléber foi reencaminhado para o 3º Batalhão de Polícia Militar, onde está preso. Já Ricardo Oliveira e Denizel Moreira voltaram para o Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Operação Assepsia
O flagrante ocorreu no dia 6 de junho, quando um homem chegou a PCE e disse que entregaria um freezer na unidade. Na oportunidade, o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso informou que, ao ser questionado sobre a nota fiscal do aparelho, o entregador disse que não a teria e saiu do local rapidamente, deixando somente o eletrodoméstico na frente do complexo.
Desconfiados da ação, os agentes conseguiram identificar um compartimento falso na porta do aparelho, onde estavam escondidos telefones, fones de ouvidos, chips e carregadores.
Equipes da GCCO estiveram na PCE e, no entanto, verificaram que não havia nenhum registro de entrada ou mesmo informações acerca da entrega do referido eletrodoméstico, o que fez aumentar as suspeitas quanto a participação da administração do complexo prisional no caso.
As investigações comprovaram também que, duas horas antes do freezer ser apreendido, os diretores do presídio e os militares envolvidos participaram de uma longa reunião a portas fechadas com um dos líderes da organização criminosa, na sala da direção.