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Pix, pirataria da 25 de março e etanol entram na mira de apuração de americanos

No comunicado emitido pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) sobre o início da investigação comercial americana sobre práticas de comércio do Brasil com os EUA, o representante comercial americano, Jamieson Greer, citou comércio digital e serviços de pagamento eletrônico, tarifas preferenciais injustas, interferência em ações anticorrupção, proteção da propriedade intelectual, acesso ao mercado de etanol e desmatamento ilegal como alvo da apuração.

No caso da investigação de meios de pagamento, o comunicado afirma que “o Brasil pode prejudicar a competitividade de empresas americanas que atuam nesses setores, por exemplo, retaliando-as por não censurarem discursos políticos ou restringindo sua capacidade de prestar serviços no País”.

A apuração deve atingir o Pix, lançado pelo Banco Central (BC), em 2020. Hoje, a plataforma é utilizada por 92% dos adultos do País e movimentou R$ 64 bilhões no ano passado.

No mesmo ano em que lançou a ferramenta, o BC barrou o WhatsApp Pay no Brasil, criado pela Meta, que detém ainda o Facebook e o Instagram. O fundador da companhia, Mark Zuckerberg, é aliado do presidente americano, Donald Trump. Só para o fundo de posse do republicano, ele doou US$ 1 milhão. Zuckerberg participou da cerimônia e foi fotografado com Trump.

À época, o serviço da empresa de Mark Zuckerberg seria o primeiro meio de pagamentos embarcado diretamente em um aplicativo de mensagens, mas foi interrompido dias depois do anúncio oficial, sob alegações de risco à concorrência e à estabilidade do sistema financeiro. O bloqueio durou meses. Quando o WhatsApp Pay foi finalmente liberado, em 2021, havia pouco espaço para concorrência.

Comércio popular

A Rua 25 de Março, importante centro de comércio popular em São Paulo, é citada no documento divulgado pelo USTR no contexto da proteção aos direitos de propriedade intelectual. “A área da Rua 25 de Março permaneceu por décadas como um dos maiores mercados de produtos falsificados, apesar das operações policiais direcionadas.”

A gestão de Trump também vai apurar o acesso ao mercado de etanol, sob a justificativa de que o Brasil cobra uma tarifa “substancialmente mais alta” às exportações americanas do produto. O documento do USTR diz que os Estados Unidos “sofrem com tarifas sobre o etanol impostas pelo Brasil e com o desequilíbrio comercial resultante da decisão do Brasil de abandonar o tratamento recíproco”.

Estadão Conteudo

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