Ex-prefeito de Lucas do Rio Verde e cacique do PDT, Otaviano Pivetta decidiu se colocar diretamente como candidato ao governo do Estado numa chapa com ou sem Mauro Mendes (DEM). Pelo menos é o que ele disse em entrevista à rádio Capital FM na manhã desta quinta-feira (03), ao radialista Antero Paes de Barros.
Apesar da colocação, ele segue fazendo pivô (como se diz no futebol) para o caso de Mauro sair da moita de uma vez e decidido a encarar a disputa. Nesse caso, ele seria vice-governador numa boa, abrindo precedente pra Jayme Campos ser o candidato ao Senado, junto com o irmão Júlio Campos a deputado federal e a família várzea-grandense (e também do agronegócio) no Congresso Nacional.
Pivetta disse, respondendo a Antero, que percebeu que não dava mais para caminhar com Pedro Taques (PSDB) — ele foi coordenador da campanha que o sagrou governador, além de cuidar de todo processo de transição — já no primeiro ano do governo dele. Pivetta afirmou com todas as letras que logo no começo do governo percebeu que Taques não teria força suficiente para pôr em prática os compromissos de campanha. “Percebi sinais claros de que não iria ser colocado em prática aquilo que o governador quando candidato assumiu e nós ajudamos com nossa capacidade de influenciar para catalisar votos. A partir daí, comecei a cuidar das minhas coisas e ao longo desse tempo como prefeito tivemos uma relação institucional”.
PIvetta foi em frente e argumentou ter percebido que, ao tornar-se presidente do consórcio que administrava os hospitais ligados à Vale do Teles Pires, percebeu que ele “não teria pulso” para implantar as mudanças necessárias naqueles ou em outras unidades de saúde do Estado.
Ele se refere ao compromisso de passar a administração de pelo menos 16 hospitais desse consórcio para os municípios, sempre por esse modelo de gestão. “Era só fazer algumas adequações, ajustes para os tempos que estamos vivendo, que teríamos um modelo de gestão adequado, local com o dever de fazer e dotado do orçamento para fazer”. Porém, sempre de acordo com ele, não havia pulso por parte do governador para levar à frente essas mudanças.
Um dos homens fortes do PDT, não se furtou a falar sobre o manifesto assinado por dezenas de políticos e lideranças, a citar que Taques recebeu o Estado com um déficit de R$ 800 milhões somente para elevá-lo a R$ 4 bilhões hoje. “O Estado foi levado a uma situação de crise que poderia ter sido evitada se tivesse um modelo de gestão consciente. Não digo que está quebrado só porque Mato Grosso tem uma força e dinamismo econômico pra se reerguer”, apesar de precisar de “medidas amargas”.
Suas informações relacionadas a esses números, cutucou, deveriam ser públicas e estar no portal de transparência, porque são públicas, mas somente de seu conhecimento devido ao seu “contato com técnicos” e por isso passadas por eles.
A respeito da candidatura anti-Taques, se é ele ou Mauro à frente, deixou claro que tanto faz. O objetivo final é o mesmo. “Eu e o Mauro estamos juntos, abraçados, desde 2010. Gosto de fazer política em grupo e nossos companheiros desde as batalhas se revelam leais, íntegros. A gente morre abraçado”.
Enfim, exaltou a afinidade com o empresário de Cuiabá e faz uma pressão básica pela decisão deste. “Estou estabelecido como pré-candidato, não estou como o Mauro, que ainda tem problemas pessoais. Caso ele não sair, eu estou andando”, afirmou.