Internacional

Piora o estado de saúde da menina Sofia na UTI de hospital

O quadro clínico da menina Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano e oito meses, se agravou e a mãe, Patrícia de Lacerda, pediu neste domingo (13) em uma rede social para seus seguidores "intensificarem as orações" pela melhora da pequena. De acordo com post da mãe, os médicos que atendem a menina perguntaram se a família quer que os aparelhos utilizados para manter a bebê viva sejam desligados. Mas, a resposta foi negativa: ela segue entubada e respira com ajuda de aparelhos. Segundo relatos da mãe na rede social, o problema afetou e comprometeu o funcionamento dos pulmões e está resistindo ao combate com antibióticos. "Vamos intensificar as orações para Deus fazer o impossível", pediu.

Os médicos também explicaram que o quadro grave se deve a infecção do pulmão, pois os órgãos transplantados – estômago, fígado, pâncreas, intestino delgado e intestino grosso – continuam em bom estado. Internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Jackson Memorial Hospital, nos Estados Unidos (EUA), Sofia, portadora de uma doença rara, foi acometida por um vírus resistente quando se recuperava de um transplante multivisceral – quase todo o aparelho digestivo foi trocado.

"Hoje ela [Sofia] teve outra queda de saturação, seus batimentos também [caíram] e sua pressão ficou muito baixa, o que mostra que pode ter fibrose nos pulmões, por isso ela não consegue se recuperar sozinha", postou Patrícia na internet. "Não nos assusta saber que Sofia depende de um milagre porque ela, por si, já é um milagre", diz a mãe.

Opinião médica
O médico responsável pelo tratamento da Sofia, Rodrigo Vianna, disse no dia 14 de agosto ao G1 que a menina estava melhor, mas que corria risco de morte. "O vírus citomegalovírus é resistente às medicações, o que torna as coisas mais complicadas. Ainda há muitos riscos, mas eu continuo sempre otimista e vamos em frente. Como a Paty [mãe da Sofia] sempre diz, 'a bonequinha não se entrega' nem nossa equipe. Então, o páreo é duro", disse o médico da bebê na ocasião. Rodrigo trabalha há três anos no Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, onde Sofia está internada.

A menina já estava internada no hospital desde o dia 25 de julho por causa de uma alergia severa na pele, que os médicos descobriram depois se tratar de uma reação ao citomegalovírus (CMV). Com relação aos órgãos que foram transplantados durante a cirurgia multivisceral (intestino grosso e delgado [que inclui o duodeno]; fígado; pâncreas e estômago), o médico garante que eles continuam em perfeito estado. "Ela ainda está fora das medicações antirrejeição, já que os órgãos estão em ótima condição", frisa.

Sofia teve alta do hospital após o transplante de cinco órgãos do sistema digestivo (intestino grosso e delgado [que inclui o duodeno]; fígado; pâncreas e estômago). O procedimento – realizado no dia 10 de abril – foi comandado pelo médico brasileiro Rodrigo Vianna e durou quase 10 horas.

Depois de três meses de internação pós-cirúrgica, Sofia deixou o hospital para continuar o tratamento em casa no estilo homecare, no dia 2 de julho, que inclui visitação diária de enfermeiros para colher amostras de exames. Porém, seis dias após a alta, a menina apresentou uma reação alérgica e precisou retornar ao hospital. Quatro dias depois, Sofia voltou para casa e continuou o tratamento ao estilo homecare.

No dia 25 de julho, Sofia apresentou novamente uma alergia, dessa vez mais severa, e teve que voltar a ser internada no hospital dos Estados Unidos, onde permanece até então, alterando entre o quarto e a UTI. Vários exames estão sendo realizados para tentar descobrir a causa da alergia, que ainda é desconhecida pelos médicos.

Entenda o caso
Devido à complexidade da síndrome de Berdon, os médicos estimaram, no dia do nascimento de Sofia, que ela não passaria de um ano de vida. Porém, a menina contrariou as expectativas da medicina e comemorou seu primeiro aniversário no dia 24 de dezembro de 2014.

Desde que nasceu, no hospital da Universidade de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, Sofia nunca esteve na casa dos pais, que moram em Votorantim (SP). Ela passou pelo Hospital Samaritano, em Sorocaba (SP) e pelo Hospital das Clínicas de São Paulo.

Neste período, passou por três cirurgias, mas ainda necessitava de atendimento especializado para a síndrome rara e para o transplante multivisceral, que não era realizado no Brasil e tinha custo estimado de R$ 2 milhões.

A mãe começou então uma campanha na internet, chamada “Ajude a Sofia”, para arrecar fundos e levar a menina aos EUA. Ao todo, a família arrecadou R$ 1,8 milhão. Mas os pais continuaram brigando na Justiça para que o governo brasileiro pagasse o valor da cirurgia.

Após diversas questões judiciais, o desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF) determinou, em julho do ano passado, a transferência da menina para o Jackson Memorial Hospital, em Miami, especializado em transplante multivisceral.

Com relação ao dinheiro arrecadado, a intenção dos pais era de doar para outras crianças que, como a Sofia, precisavam de um tratamento caro. Mas quando a família chegou aos EUA, ficou sabendo que o governo brasileiro pagou apenas a cirurgia, um pacote de homecare e alguns medicamentos. "A partir daí passamos a precisar utilizar o dinheiro da campanha para as demais despesas do tratamento. A conta é monitorada pela Justiça”, afirma Patrícia.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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