A economia do Japão cresceu a um ritmo maior do que o esperado no último trimestre de 2024, graças aos gastos corporativos sólidos e à demanda externa, em uma demonstração de resistência enquanto o banco central do país avalia novos aumentos de juros.
O Produto Interno Bruto (PIB) real do Japão cresceu 0,7% no período de outubro a dezembro em relação ao trimestre anterior, mostraram dados preliminares do governo divulgados na noite deste domingo, 16, pelo horário de Brasília. O crescimento superou o esperado por economistas, que previam avanço de 0,2% e foi acima também da alta de 0,4% registrada de julho a setembro.
A economia cresceu 2,8% na base anualizada, o que reflete o que aconteceria se o ritmo do quarto trimestre continuasse por um ano inteiro.
Os números confirmam que a economia japonesa continua em caminho de crescimento moderado, apoiando as expectativas de que o Banco do Japão (BOJ) aumentará a taxa básica de juros novamente, após aumentá-la para 0,5% no fim de janeiro.
Ainda assim, há alguns fatores preocupantes sobre a perspectiva, incluindo o consumo em dificuldades e as incertezas sobre a política tarifária do presidente americano, Donald Trump.
Os dados mostraram que as despesas de capital aumentaram 0,5% em relação ao trimestre anterior. As empresas japonesas mantêm um apetite saudável por investimentos com base em lucros corporativos sólidos.
O consumo privado aumentou 0,1% em relação ao trimestre anterior. A inflação persistente dos alimentos deixou os consumidores hesitantes em gastar, apesar do crescimento da renda.
Embora muitos economistas esperem que o Banco do Japão (BoJ) aumente as taxas de juros no verão, alguns dizem que o banco deve determinar o momento do próximo aumento da taxa com mais cautela, dada a falta de força nos gastos privados.
Os dados do governo também mostraram que a demanda externa, ou exportações menos importações, adicionou 0,7 ponto porcentual ao crescimento. Mas as tarifas sob Trump podem desacelerar as exportações do Japão, um importante motor do crescimento econômico.
O Japão pediu aos EUA para excluí-lo das tarifas de 25% sobre aço e alumínio, e começou a se comunicar com a administração sobre o plano de Trump de implementar tarifas que correspondam aos impostos definidos por outros países. Fonte: Dow Jones Newswires.