Na China, empregado trabalha em linha de montagem de carros eletrônicos em Pequim (Foto: Kim Kyung-Hoon/Reuters)
O Produto Interno Bruto (PIB) da China teve crescimento de 6,9% em 2015, o mais baixo desde 1990, segundo os dados oficiais divulgados nesta terça-feira (19) Escritório Nacional de Estatísticas em Pequim. A 2ª maior economia do mundo, acostumada com crescimentos acima dos dois dígitos nas últimas décadas, cresceu 6,8% no quarto trimestre de 2015 no comparativo com o mesmo período de 2014.
No ano passado, o PIB chinês continuou sua tendência de desaceleração progressiva, com incrementos trimestrais de 7%, no primeiro e segundo trimestres; 6,9%, no terceiro, e 6,8% no último. O crescimento de 6,8% no quarto trimestre do ano passado é o mais baixo em um período de três meses desde a explosão da crise financeira mundial em 2008.
"A economia alcançou um crescimento moderado, porém estável e sólido", afirmou o Escritório Nacional de Estatísticas em comunicado. No ano passado, o Produto Interno Bruto da China totalizou 67,67 trilhões de iuanes (US$ 10,33 trilhões).
O setor de serviços foi responsável por 50,5% do PIB chinês no ano passado (48,1% em 2014), segundo o governo, seguindo a tendência de crescimento registrada ao longo dos últimos 20 anos. O resultado atende à proposta da China de depender menos das exportações e da indústria, e mais dos serviços e do consumo interno.
A produção industrial chinesa avançou 5,9% em ritmo anual em dezembro, contra 6,2% em novembro, uma queda superior à esperada pelos analistas. As vendas no varejo – barômetro crucial do consumo interno – perderam força no mês passado, mas avançaram 11,1% em um ano.
Expectativa e mercados
O número ficou um pouco abaixo da expectativa inicial do primeiro-ministro, que havia informado que o resultado seria de 7%, e caiu 0,4% em relação a 2014 quando o país fechou o ano com crescimento de 7,3%.
O crescimento do PIB ficou próximo da meta de 7% estabelecida pelo governo chinês, que para os próximos cinco anos tem como objetivo um crescimento mínimo anual de 6,5%. A previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) era de crescimento do PIB chinês de 6,8% no ano passado e de 6,3% este ano.
A desaceleração do PIB da China, que vem diminuindo seu ritmo de crescimento, tem preocupado mercados em todo o mundo, especialmente de países que exportam para o gigante asiático.
O Brasil faz parte desse grupo. Em 2015, 18% de todas as exportações do país foram para a China. Nos últimos 5 anos, foram US$ 238 bilhões em exportações do Brasil para o país asiático, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Nas primeiras semanas de 2016, preocupações sobre a saúde da economia da China derrubaram os mercados no mundo inteiro. Dados mais fracos que o esperado sobre a indústria chinesa derrubaram a bolsa de Shangai, arrastando os mercados na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, a Bovespa também foi afetada pelos temores externos.
Fonte: G1