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Petrobras e BNDES assinam protocolo de intenções para aquisição de créditos de carbono

A Petrobras e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram nesta segunda-feira, 31, protocolo de intenções para um programa de aquisição de créditos de carbono, que visa à contratação de créditos de carbono gerados por meio de projetos de restauração florestal na Amazônia.

Segundo o diretor de Transição Energética e de Sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim, a ideia é ter um processo de competição, o que também será positivo para formação de preço desse novo mercado.

“Uma empresa que vai ter interesse em investir na reflorestação, vai participar de um processo competitivo organizado pela Petrobras, e quem der o melhor preço vai ganhar a competição e com o esse PPA (contrato de compra e venda) o BNDES pode fazer o financiamento sem precisar exigir a garantia corporativa ou carta de fiança”, disse Tolmasquim em evento com a presença da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e do BNDES, Aloizio Mercadante.

Segundo ele, assim como ocorreu com o setor elétrico, com previsão de longo prazo de investimentos é possível garantir uma quantidade de hectares que será colocada no setor.

De acordo com a diretora socioambiental do BNDES Tereza Campello, o denominado programa Pro Floresta+ deve envolver o reflorestamento de 50 mil hectares e a Petrobras deve viabilizar, num primeiro momento, cerca de R$ 1,5 bilhão. “Passa-se a criar um ambiente que terá maior transparência”, afirmou.

Edital

A diretora disse que será lançado em julho o edital de licitação da compra de créditos de carbono derivados de reflorestamento na Amazônia. A ideia é estabelecer preços para créditos de carbono a serem comprados pela Petrobras no futuro por meio de leilões disputados por empresas que façam o reflorestamento das áreas.

De sua parte, o BNDES entra para financiar a operação de restauro florestal, com recursos do Fundo Clima, com juro de 1% ao ano. O objetivo do Pro Floresta+ é chegar a 50 mil hectares replantados, com investimento de até R$ 1,5 bilhão, começando com R$ 450 milhões.

Na fase piloto, disse Campello, cada projeto deve mirar o reflorestamento de pelo menos 3 mil hectares capazes de aprisionar 1 milhão de toneladas de carbono. Vence o leilão quem oferecer o menor preço de crédito de carbono.

“Não se trata de recursos não reembolsáveis e nem de desmatamento evitado. Estamos falando de replantar floresta nativa no bioma amazônico, no arco do desmatamento”, disse Campello.

“Estamos invertendo a discussão e gerando demanda por créditos de carbono para o mercado. Trata-se de uma solução completa para o negócio de restauração ambiental”, continuou a diretora do BNDES, em referência ao estabelecimento da trinca que envolve a parte compradora (Petrobras), a parte financiadora (BNDES) e a parte executiva (empresas de reflorestamento).

Estadão Conteudo

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