Mix diário

Petróleo volta a tombar, caindo 6% no fechamento, seguindo cessar-fogo entre Israel e Irã

Os contratos futuros de petróleo tombaram novamente na sessão desta terça-feira, 24, caindo mais de 6%, com o Brent perdendo o nível dos US$ 70, e voltando a níveis anteriores ao da escalada do conflito entre Israel e Irã. O anúncio de uma cessar-fogo e a postura das autoridades reforçando o cumprimento de um acordo reduziu os prêmios de risco para a commodity, que estavam principalmente relacionados à postura iraniana junto ao Estreito de Ormuz.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para agosto fechou em queda de 6,04% (US$ 4,14), a US$ 64,37 o barril. O Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 6,17% (US$ 4,35), a 66,17 o barril.

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, comemorou nesta terça-feira o cessar-fogo que “interrompeu uma guerra de 12 dias” com Israel, classificando o desfecho como uma “vitória histórica” do povo iraniano. Em mensagem dirigida à nação, ele afirmou que “toda a glória desta vitória histórica pertence à grande e civilizatória nação do Irã”.

“O cessar-fogo entre Israel e Irã provavelmente se mostrará frágil. Mas, enquanto ambas as partes se mostrarem relutantes em atacar a infraestrutura energética relacionada à exportação ou interromper o fluxo de navios pelo Estreito de Ormuz, esperamos que os fundamentos pessimistas do mercado de petróleo continuem a prevalecer a partir de agora”, avalia a Capital Economics.

A forte queda nos preços é resultado da redução da probabilidade de alguns dos riscos extremos enfrentados pelos mercados globais de energia – particularmente o “fechamento” do Estreito de Ormuz – pelos traders, pontua. Isso se deve, em parte, à natureza bem telegrafada dos ataques retaliatórios da segunda-feira do Irã contra ativos militares dos EUA no Catar, aparentemente planejados para limitar o envolvimento dos EUA no conflito.

“Na ausência de uma mudança nas preferências até agora reveladas de todas as partes para poupar a infraestrutura energética essencial, e se nossa premissa de trabalho de que o conflito se amenizará se confirmar, esperamos que a atenção no mercado de petróleo retorne aos fundamentos baixistas”, projeta. “Prevemos que ventos contrários estruturais à demanda por petróleo na China e a oferta adicional da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) contribuam para um superávit considerável nos próximos 18 meses”, aponta a consultoria. “Nesse contexto, permanecemos com nossas projeções abaixo do consenso para que o petróleo Brent caia para US$ 60 por barril (pb) e US$ 50pb até o final de 2026 e ao final de 2027”, conclui.

Estadão Conteudo

About Author

Deixar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Você também pode se interessar

Mix diário

Brasil defende reforma da OMC e apoia sistema multilateral justo e eficaz, diz Alckmin

O Brasil voltou a defender a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) em um fórum internacional. Desta vez, o
Mix diário

Inflação global continua a cair, mas ainda precisa atingir meta, diz diretora-gerente do FMI

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva disse que a inflação global continua a cair, mas que deve