Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta sexta, 3, dando continuidade a alta do começo do ano, e encerando uma semana de ganhos para a commodity. Os riscos geopolíticos e a potencial influência para a oferta vem dando forças aos preços, enquanto o mercado busca entender qual deverá ser o impacto da administração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para o setor. Neste quadro de incertezas, persiste ainda a dúvida sobre a influência dos estímulos chineses à economia local.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro fechou em alta de 1,13% (US$ 0,80), a US$ 73,96 o barril, enquanto o Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,76% (US$ 0,58), a US$ 76,51 o barril. Na semana, houve alta de 4,76% e 3,15%, respectivamente.
O número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA caiu 1 na semana, a 482, de acordo com informações da Baker Hughes, empresa que presta serviços ao setor. Trump prometeu aumentar a produção nacional de petróleo, uma medida que normalmente forçaria a queda dos preços. Mas o maior impacto poderá advir da sua política externa, que poderá causar o efeito oposto. Trump disse que aumentará a aplicação de sanções ao Irã, o que reduziria o fornecimento global. Alguns analistas também esperam que ele vise as exportações da Venezuela e da Rússia. Todos já enfrentam várias formas de sanções petrolíferas por parte dos EUA, mas algumas dessas sanções incluem exceções. Em outros casos, a fiscalização tem sido irregular, dizem os analistas.
“Os principais riscos ascendentes são sanções muito mais amplas e mais fortes da administração Trump” e outras questões internacionais, escreveu Leo Mariani, analista da Roth MKM, na sexta-feira. O Irã tem exportado mais de 1,5 milhões de barris de petróleo por dia este ano, mais do dobro dos níveis de 2019. As sanções contra o Irã e outros países podem retirar do mercado até um milhão de barris de petróleo por dia, analistas da RBC Capital Markets preveem.
Os fundamentos do mercado ainda não são bons, o que significa que o petróleo poderá não manter a sua tendência de alta por muito tempo. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está apoiando o mercado petrolífero ao manter fora do mercado uma produção equivalente a mais de cinco milhões de barris – muito mais do que a quantidade total de petróleo que o Irã produz. O cartel planeja devolver alguns desses barris ainda neste ano, dependendo das condições do mercado. Ao mesmo tempo, a demanda chinesa está caindo devido ao abrandamento econômico e à crescente adoção de veículos elétricos. “O aumento da oferta em 2025, em um contexto de fraco crescimento da procura, provavelmente criará uma pressão descendente nos preços, especialmente quando a Opep começar a reduzir os seus cortes de oferta”, escreveu Henning Gloystein, diretor de energia, clima e recursos do Eurasia Group.
*Com informações Dow Jones Newswires.