Internacional

Pesquisadores portugueses alteram código genético de um fungo

Ele explica que a investigação científica pode ter como desdobramento a compreensão sobre microrganismos que afetam a saúde humana e se tornam tolerantes a medicamentos. A pesquisa abre ainda a possibilidade de criar novas proteínas de aplicações múltiplas. “A investigação abre nova expectativa de produzir proteínas novas, com interesse para a biologia e biotecnologia, e é também uma porta para entender a resistência”, disse Santos à Agência Brasil.

Conforme nota divulgada pela Universidade de Aveiro, o fungo Candida albicans é o quarto microrganismo patogênico mais comum nas causas de infeções. Os cientistas também esperam conseguir manipular o código genético de outros seres vivos para produzir microrganismos de interesse da biomedicina.

O código genético é um conjunto de regras químicas que as células utilizam para traduzir em uma proteína as informações contidas nos seus genes. “Isso é diferente do genoma”, chama a atenção o pesquisador. “O genoma funciona como um disco rígido de computador, é um repositório de informações. O código genético é como o software utilizado para acessar as informações”, explica.

Manuel Santos faz pesquisas na área desde 1989 e atualmente coordena uma equipe de 12 cientistas (farmacêuticos, biólogos e bioquímicos). Entre eles estão os dois alunos de doutorado Ana Rita Bezerra e João Simões, responsáveis pela mudança do código genético, que assinam artigo sobre a pesquisa na revista da academia norte americana de ciências Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas). Os estudos do grupo são financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pelo projeto europeu Sybaris. No segundo semestre, a equipe de Santos receberá uma estudante brasileira que terá bolsa do Conselho Nacional  de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Em março passado, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou a exclusão de Portugal dos editais de graduação (2013) do Programa Ciência sem Fronteiras. A decisão foi tomada para estimular a aprendizagem de língua estrangeira pelos brasileiros. O pesquisador comenta que a comunidade científica lusitana ficou “surpresa” com o ato, mas crê que o governo brasileiro reverterá a decisão. “Brasil e Portugal têm muito a ganhar com essa proximidade”, disse.

A Universidade de Aveiro é a 66ª melhor instituição do mundo com menos de 50 anos e a melhor entre as de ensino superior de Portugal. A classificação é da revista britânica especializada Times Higher Education. O ranking ainda tem mais duas universidades portuguesas (Universidade do Minho e a Universidade Nova de Lisboa). O ranking considera pesquisas realizadas, citações em periódicos científicos, qualidade do ensino, internacionalização e contribuições para inovações na indústria. Do Brasil, a lista inclui apenas a Universidade Estadual de Campinas.

Fonte: Agência Brasil – Gilberto Costa de Lisboa

Foto: Ilustrativa

Redação

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