O Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso (Lacen-MT), junto à Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), recebeu, nesta semana, um grupo de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Por meio do projeto Zibra 2, os especialistas trabalharam em análises moleculares para a identificação de vírus que circulem na região.
A iniciativa tem como objetivo a investigação da epidemiologia molecular do zika vírus, bem como de outros arbovírus emergentes e reemergentes, em tempo real no Brasil. Para realizar os trabalhos, uma estrutura foi montada dentro de um ônibus, que ficou estacionado no pátio do Lacen-MT durante o desenvolvimento da pesquisa.
De acordo com um dos pesquisadores do grupo e PhD farmacêutico, Luiz Alcantra, a criação de um laboratório móvel resguarda todos os processos de análise. Neste caso, a intenção é não correr o risco de contaminar as amostras ou alterar os resultados finais das análises. “Se a gente faz essas análises dentro do Laboratório de Saúde Pública, aumenta o risco de contaminação das amostras que estão sendo feitas os diagnósticos. Então, vai começar a aparecer amostras muito positivas que não são positivas”, explicou o pesquisador.
O projeto irá dar suporte aos Lacen’s do Brasil no diagnóstico molecular diferencial da infecção pelo zika – das amostras referentes aos surtos epidêmicos de 2015, 2016, 2017 e 2018 – e sequenciará em tempo real as amostras positivas para o vírus, provenientes de mosquitos infectados.
O processo consiste no estudo das amostras positivas para dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Além disso, é realizado o processo de análise dos resultados negativos para as doenças investigadas; ou seja, pessoas que tiveram os sintomas, mas não têm o diagnostico definido.
Ao final de toda análise, os pesquisadores poderão apresentar os resultados dos diagnósticos de doenças presentes nas amostras por meios dos vírus identificados. “O número de pacientes que fazem diagnósticos para essas viroses e que ficam negativas é muito maior do que as positivas. Então, muita gente fica doente e não sabe o que teve”, destacou o pesquisador.
Para a realização do trabalho, os pesquisadores contam sempre com parceria das instituições de saúde dos Estados. Em Cuiabá, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso, a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá e a Universidade Federal de Mato Grosso estiveram envolvidas na ação.
Além dos parceiros locais, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) integram a parceria.