É o que afirma a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes, especialista em microbiologia do solo. Segundo ela, a necessidade ou não da utilização desse insumo para elevar a produtividade das lavouras é assunto recorrente no dia a dia de quem planta e inocula soja.
“Os produtores devem ficar atentos. De acordo com nossos estudos, ao se considerar os custos do adubo nitrogenado (sulfato de amônio) e o preço da saca de soja, essa prática não se mostra economicamente viável”.
Segundo a pesquisadora, foram conduzidos, de forma sistematizada, 15 experimentos na Embrapa Cerrados para avaliar as informações sobre o uso de adubação nitrogenada suplementar tardia na cultura da soja. Os resultados obtidos, no entanto, demonstraram a inviabilidade econômica dessa prática e reforçaram ainda mais os benefícios que resultam da substituição dos fertilizantes nitrogenados pela inoculação das sementes com bactérias fixadoras de nitrogênio.
“A Fixação Biológica de Nitrogênio é suficiente para propiciar o nutriente em quantidade adequada para o pleno desenvolvimento e produção da cultura”, destaca.
A tecnologia – a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) consiste na conversão (por meio de bactérias, denominadas rizóbios) do nitrogênio presente na atmosfera em formas que possam ser utilizadas pelas plantas. No Brasil, por conta do processo de inoculação da soja, ou seja, da adição de rizóbios às sementes no momento da semeadura, não é necessário utilizar adubos nitrogenados nas lavouras. Isso representa uma economia anual para o país de cerca de R$ 20 bilhões. Os benefícios da inoculação não se restringem aos aspectos econômicos.
“Ao substituir o uso de adubos nitrogenados na cultura da soja, a fixação biológica de nitrogênio influencia de forma positiva a qualidade do solo por evitar problemas relacionados à poluição”, explica a pesquisadora.
FONTE: PrimeiraHora