Um pesquisador do Clube de Astronomia de Campos, no Norte Fluminense, chegou em Iguaba Grande nesta segunda-feira (29), na Região dos Lagos do Rio, para investigar a origem de três pedaços de pedras misteriosas que caíram na piscina de uma casa e no quintal de outra residência, que fica a cerca de 2 quilômetros de distância. Segundo Marcelo Oliveira, físico e coordenador do clube, o material caiu do espaço em maio de 2013 e foi levado para análise no laboratório da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).
A composição encontrada nas pedras, com aproximadamente 1Kg cada, foi 98,58% de silício, levando o pesquisador a considerar algumas hipóteses.
"Eu não descarto a possibilidade de serem fragmentos de materiais espacias, de astros, como um meteorito, por exemplo, porém, é mais provável que seja algo produzido pelo homem, vindo de uma aeronave ou satélite. Existem várias empresas no mundo que produzem materiais semelhantes e o mistério é saber de onde essas rochas vieram, já que não existe nenhuma composição de rocha igual a essa aqui na região. Realmente caiu do céu", explicou o pesquisador.
O físico vistoriou na manhã desta segunda a primeira casa onde o material foi encontrado e pode ver de perto a intensidade do impacto do objeto, que quebrou a piscina na queda. Ele também pretende, nesta terça, ir até o segundo imóvel para conversar com a proprietária.
O morador Josemar Alvez Albão, de 61 anos, conta que as duas pedras ficaram guardadas até o primeiro contato com a instituição de pesquisa.
"Eu estava na minha sala mexendo no computador quando ouvi um barulho estranho. Olhei pela janela e reparei que a água da piscina subiu. A princípio, achei que alguém tivesse jogado alguma coisa. Fui nos arredores, mas não vi nada. No outro dia, quando fui limpar a piscina, vi que ela estava rachada e encontrei as duas pedras. Elas ficaram comigo até o Clube de Astronomia ter conhecimento do ocorrido", afirma Josemar.
A moradora do bairro Balneário dos Signos em Iguaba, Débora Amélia Elisa Neipp, relembra o momento em que presenciou a queda de uma das pedras com as mesmas características das duas que caíram no quintal de Josemar.
"Estava com meu marido na varanda quando de repente uma pedra caiu do céu. Eu tenho ela como um presente, minha pedra da sorte", afirma Débora.
O pesquisador do Clube de Astronomia pretende ainda percorrer outras áreas para saber se mais gente encontrou esse tipo fragmento.
"Não acredito que tenham caído somente essas três pedras. É bem provável que existam outras espalhadas, por isso, minha intenção é percorrer algumas áreas e conversar com as pessoas em busca de novos pedaços. A ajuda da população pode influenciar na solução desse mistério", revelou.
Fonte: G1