Cidades

Pesquisa rastreia saúde mental em redes sociais por meio de inteligência artificial

Pesquisadores do departamento de estatística da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria com a Fundação de Amparo a Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), estão desenvolvendo um projeto que utiliza inteligência artificial para rastrear a saúde mental de jovens usuários de redes sociais digitais.

De acordo com a coordenadora do projeto, professora Lia Hanna Martins Morita, a pesquisa se apoia no fato de que as redes sociais da internet possuem informações valiosas sobre os usuários, e os pesquisadores buscam desenvolver ferramentas capazes de rastrear sinais indiciários das condições de saúde mental destes.

“A utilização da inteligência artificial tem como objetivo auxiliar na identificação de quadros depressivos por meio do estabelecimento de critérios para a extração de características baseadas no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Os algoritmos de inteligência artificial são treinados para ler e entender os textos publicados nas redes sociais e identificar relações com os comportamentos indicativos de quadros depressivos descritos na literatura”, explica.

Dentre os comportamentos identificados como indicadores desses casos estão traços de depressão, ideação e tentativa de suicídio. Para auxiliar na pesquisa, é aplicada aos participantes a versão brasileira do Questionário sobre a Saúde Mental do Paciente – 9, que é uma escala validada para a triagem de possíveis traços comportamentais depressivos.

“Apesar de já existirem ferramentas de inteligência artificial para esse propósito na literatura, é importante considerar que os sintomas de psicopatologias, como a depressão, são produtos de uma organização sociocultural e variam de cultura para cultura. Poucas ferramentas desse tipo possuem validade para a identificação equivalente na população brasileira, especialmente em estudantes universitários”, completa.

Quanto à intervenção em casos identificados, os participantes que indicarem risco de sofrimento psíquico acima da média serão encaminhados para atendimento psicológico no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da UFMT. 

A partir dos resultados obtidos nessa pesquisa, serão planejadas ações e políticas de promoção e cuidado da saúde mental em conjunto com a Universidade Federal de Mato Grosso.

O projeto conta também com a participação de duas alunas do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), o que foi encorajado pelo edital da Fapemat de incentivo à participação de meninas e mulheres nas áreas de ciências exatas e de computação.

Redação

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