Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (1º) revela que 84% das pessoas que utilizaram os serviços dos planos de saúde no estado de São Paulo nos últimos dois anos relataram ter enfrentado algum tipo de problema. O levantamento foi encomendado pela Associação Paulista de Medicina para verificar a opinião dos pacientes sobre a qualidade da assistência oferecida pelos planos de saúde no estado.
Em São Paulo, há 13,6 milhões de usuários de planos de saúde, sendo que 88%, o equivalente a 11,9 milhões, usaram o serviço nos últimos 2 anos.
No ranking de reclamações, aparecem em primeiro lugar as queixas relacionadas ao pronto-atendimento/pronto-socorro que correspondem a 80%. Em segundo, estão as reclamações de consultas médicas (69%), seguida de exames e diagnósticos (58%).
O levantamento foi realizado com 900 homens e mulheres com idade igual ou superior a 18 anos, de todas as classes sociais, que são titulares ou dependentes dos planos. Os dados foram coletados de 30 de julho a 4 de agosto de 2015.
A pesquisa mostra também que 20% dos usuários da rede privada recorreram ao SUS (Sistema Único de Saúde) devido a falta de opções de atendimento dos planos. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou menos, sendo que o índice de segurança é 95%.
Pronto-socorro
A principal reclamação em relação aos prontos – socorros é a lotação do local de espera (73%). Em segundo lugar nas queixas, os pacientes relatam a demora no atendimento. Outro aspecto destacado é a demora ou negativa para a realização dos procedimentos necessários (34%) e negativa de atendimento (11%).
Internações
As internações hospitalares também está entre as principais reclamações dos usuários, sendo que 51% relataram ter enfrentado dificuldades. Os principais problemas são as poucas opções de hospitais (43%) e a demora para conseguir autorização para internação (23%).
Quando o assunto são as cirurgias, 31% dos usuários tiveram problemas. Demora para autorização de cirurgias (23%), cobertura ou autorização negada (15%) e falta de cobertura de materiais especiais (12%) são as queixas mais relatadas.
Exames e diagnósticos
As reclamações mais frequentes em relação aos exames e diagnósticos são a demora para a marcação (35%), poucas opções de laboratórios e clínicas especializadas (32%) e tempo para autorização de exame e procedimento (29%).
Consultas médicas
Quando se trata das consultas médicas, o problema mais recorrente é a demora na marcação das consultas (58%) e sobre médicos que deixaram o plano de saúde (34%).
Percepção
Dos usuários entrevistados, 54% relataram ter a percepção de que os planos de saúde pressionam os médicos para reduzir o tempo de internação hospitalar ou na UTI (Unidade de Terapia intensiva).
Ao todo, 68% têm a impressão de que os planos dificultam a realização de exames de maior custo. E 58% têm a percepção de que os planos pagam aos médicos um valor muito baixo pelas consultas e procedimentos realizados.
Fonte: G1