Estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta um ligeiro aumento de 0,4% em abril sobre o mês anterior no nível de famílias com contas em atraso na capital, afetando um total de 21,3% dos cuiabanos. Os dados averiguados revelam, ainda, um caminho inverso no percentual de famílias endividadas, passando de 87,8% em março para atuais 87,5% em abril, um leve recuo de 0,3 ponto percentual.
Do total de famílias com dívidas adquiridas de forma parcelada, 43,8% disseram estar pouco endividadas, 33,7% mais ou menos endividadas e outras 10,0% muito endividadas. Apesar do recuo, o índice geral de endividados está maior no comparativo com o mesmo período do ano anterior, o que pode estar ligado a um aquecimento econômico da capital. Em números absolutos, das 180,5 mil famílias nesta situação atualmente, 43,8 mil se encontram inadimplentes, ou seja, com as contas em atraso. No entanto, esse número está 13,61% menor no comparativo com o mesmo mês do ano passado.
O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, explica a movimentação observada na pesquisa, que, segundo ele, requer atenção. “No curto prazo, um avanço na inadimplência e queda no endividamento pode ser um ponto de atenção, o que não deve continuar acontecendo. Porém, quando avaliado do ponto de vista anual, esses índices se mostram ainda positivos, já que podem estar ligados à capacidade de consumir a prazo dos cuiabanos, assim como de pagar suas dívidas”.
O cartão de crédito segue como principal tipo de dívida das famílias, respondendo por 82,3% dos endividados, depois os carnês somam 24,3%, financiamento de carro com 6,1%, crédito consignado em 4,4%, próximo de financiamento de casa com 4,1%, já o cheque especial e outras dívidas possuem 1,3% cada.
Wenceslau Júnior destaca que “com esses dados, é possível observar também que grande parte dessas famílias seguem pouco endividadas e com as compras a prazo muito ligadas ao cartão de crédito”.
A pesquisa traz o período de comprometimento da dívida, onde 29,5% afirmaram que é de 3 a 6 meses, depois os que estão por mais de 1 ano somam 27,9%. Além disso, 72,8% dos endividados têm sua renda comprometida entre 11% e 50%, seguido de 15,1% que tem até 10% de sua renda comprometida com dívidas.
Já o índice nacional segue com crescimento, pelo segundo mês consecutivo, no nível de endividamento, que chegou a 78,5% das famílias. A CNC acredita que este processo está atrelado à diminuição na taxa de juros. Já a inadimplência se manteve estável em 28,6%, porém, houve um crescimento entre os que afirmaram que não terão condições de pagar, aumento na mesma medida das famílias consideradas ‘muito endividadas’ na pesquisa.
“Em Cuiabá, há um número de famílias com dívidas, maior que no índice nacional, o que pode estar atrelado ao cenário econômico da capital que é muito favorecido pelo emprego formal, onde possuiu um saldo positivo no primeiro trimestre deste ano de 3.784, 38,3% superior ao mesmo período de 2023”, completou o presidente da Fecomércio Mato Grosso.