Cidades

Peruanos são libertados de trabalho escravo

Imagens gravadas pela Polícia Civil mostram as condições precárias às quais um grupo de peruanos era submetido em uma oficina de costura de São Paulo (veja acima). Na quarta-feira (15), 18 peruanos foram libertados após serem vítimas de trabalho escravo. A polícia chegou até a confecção após receber uma denúncia de dois costureiros que conseguiram fugir.

A oficina clandestina funcionava em uma rua sem saída no bairro da Penha, na Zona Leste. Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os trabalhadores também eram mantidos em cárcere privado por um boliviano, que era o empregador e foi preso em flagrante.

O vídeo, cedido pela Polícia Civil, também mostra uma passagem falsa para os dormitórios. Os quartos não tinham janelas e, em alguns cômodos, os alimentos estavam no chão. Na cozinha, as comidas foram encontradas sem refrigeração. De acordo com o delegado titular da 1ª delegacia da Divisão de Proteção à Pessoa, César Camargo, os quartos pareciam celas de cadeia, condições consideradas de extrema vulnerabilidade.

Proposta de emprego
Os peruanos vieram para o Brasil depois de receberam uma proposta de emprego com a promessa de salário de R$ 2 mil. As passagens de ônibus foram pagas pelo boliviano. Eles entraram pelo Acre, rota que não é usual, segundo o DHPP.

Quando o grupo chegou a São Paulo, passaram a receber R$ 600 por mês e não podiam sair do imóvel. A jornada de trabalho era de cerca de 16 horas por dia.

"O interessante é que muitas pessoas não percebiam a situação vulnerável em que estavam e eram agradecidas pela 'oportunidade' que estavam tendo, como se o Efraim (boliviano, empregador) fosse um salvador", completou o delegado.

Dos 18 peruanos libertados, 11 são homens e sete mulheres, entre elas três adolescentes. O Consulado do Peru foi acionado e ofereceu abrigo ao grupo. Segundo a polícia, eles poderão retornar ao país de origem ou regularizar a documentação para trabalhar de forma digna no Brasil.

O boliviano identificado como o patrão e explorador dos costureiros foi preso e vai responder por trabalho escravo. A pena é de 2 a 8 anos de prisão, mas pode ser ampliada por causa da exploração da mão de obra de menores na oficina.

R$ 0,30 por peça e castigo
As vítimas de trabalho escrevo relataram à polícia que recebiam R$ 0,30 por peça de roupa costurada e que precisavam produzir pelo menos 100 unidades por dia. Como não conseguiam atingir nem mesmo metade da meta, elas eram punidas e não recebiam o café da manhã. Algumas peças apreendidas pela polícia na oficina tinham etiquetas coreanas e a segunda etapa investigação pretende identificar quem são os contratantes do local.

Fonte: G1

Redação

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