Jurídico

Perri destaca plano de ex-amante se casar com Arcanjo e ciúme de Paulo Taques

No pedido de prisão preventiva do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, expedido na última sexta-feira (05), o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri detalha os motivos da inserção de Tatiana Sangalli na lista de grampeados pelo Núcleo de Inteligência da Polícia Militar de Mato Grosso.  

Os grampos revelam que Tatiane Sangalli tinha planos de se casar com João Arcanjo Ribeiro e que tinha o apoio da filha do ex-bicheiro, a médica Kelly Arcanjo Ribeiro Zen.   “Assim parece, porque Kelly é médica e amiga de Sangalli; além disso, conforme revelado na Operação Querubim – parece que Kelly fazia uma ponte entre Tatiane e seu pai, João Arcanjo Ribeiro”.

E, de fato, narra Orlando Perri, o exame da Operação Querubim mostra mesmo que havia um plano de Tatiane Sangalli vir a contrair matrimônio com João Arcanjo Ribeiro, tanto que, em uma das conversas interceptadas, brincou com sua interlocutora, dizendo: “caso com o Comendador e vou embora com o cantor” [o cantor a que se refere era a pessoa de “Montenegro”, com quem Tatiane estava se relacionando].

“E exatamente por se acreditar que Tatiane Sangalli poderia mesmo estar articulando um casamento com João Arcanjo Ribeiro, fez-se a interceptação daquela que estava a se fazer de cupido”.

Esta pode ser a razão pela qual Kelly Arcanjo Ribeiro Zen foi grampeada no Juízo de Cáceres, segundo o desembargador Orlando Perri.

“Se verdadeira a motivação apresentada por Tatiane Sangalli, no sentido de que acredita ter sido grampeada por ciúmes do Paulo Taques, temos mais um ingrediente a acrescentar no ardil criminoso”.

Tatiana Sangalli já estavam com os telefones grampeados clandestinamente desde 2014. Posteriormente, o seu telefone foi inserido pela Polícia Judiciária Civil nas operações Forti e Querubin no primeiro semestre de 2015 também por exigência do então chefe da Casa Civil, o que seria apenas desdobramento de sua escuta clandestina.

“Em outras palavras, a ex-amante do ex-secretário Paulo Cesar Zamar Taques, estava grampeada desde outubro de 2014 pelo propalado e inexistente Núcleo de Inteligência da Polícia Militar, e seu grampo ilegal, pela Polícia Judiciária Civil, a mando de Paulo Taques, somente foi uma continuidade da infração penal há tempos praticada”.

Orlando Perri destaca ainda o fato de Paulo Taques ter apresentado ao então secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Mauro Zaque, a seu Adjunto Fábio Galindo Silvestre e também à delegada de polícia Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino “uma folha de papel sulfite branca, sem identificação de qualquer instituição, sem cabeçalho e sem caráter oficial, contendo uma espécie de ‘degravação’ de diálogo por comunicação telefônica”.

O fato de Paulo Taques ter afirmado que recebeu tal documento de uma “fonte federal”, representa par ao desembargador fortíssimos os indícios de que aquele papel por ele ostentado, em fevereiro de 2015, originou-se de escutas clandestinas feitas pelo chamado Núcleo de Inteligência da PMMT.

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Redação

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