Política

Perri afirma que Rogers Jarbas interferiu a favor do governo

O desembargador Orlando Perri diz que o secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas interferiu no trâmite de ação sigiloso para beneficiar o escritório de advocacia ligado ao ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, primo do governador Pedro Taques.

O secretário teria usado do cargo para autorizar a liberação de documentos sobre as operações em segredo de Justiça ao invés de enviar requerimento para a delegacia geral da Polícia Civil. Segundo o desembargador, o “ato delituoso” teve influência pela proximidade do secretário ao alto escalão do governo e o círculo privado dos Taques.

No dia 30 de junho, Rogers Jarbas teria autorizado a liberação de cópias ao escritório das operações Forti e Querubin. A primeira foi instalada em 2015 para investigar uma organização criminosa que atuava em presídios de Mato Grosso, coordenada pela delegada Alessandra Saturnino. Já a segunda investigava a ex-servidora Tatiana Sangalli Padilha, apontada como amante de Paulo Taques, por suposta ligação em ações contra o governador Pedro Taques.

“[Visto que] O secretário de Estado se vale do cargo para beneficiar A ou B, inclusive, passando por cima de outras autoridades regularmente investidas – configurando, assim, em tese, a prática de atos delituosos –, passa a ser inadmissível e intolerável tal conduta”, diz em desembargador em trecho da ação de busca e apreensão a Rogers Jarbas.

O secretário também teria autorizado a entrega de cópias de documentos das investigações ao governador Pedro Taques por meio de um requerimento, que o desembargador considera questionável, visto que teve a intenção de “beneficiar aliados”.

“Não há a menor sombra de dúvidas de que Rogers Jarbas interferiu [e vem interferindo] diretamente nas investigações policiais, pois ao receber pessoalmente duas petições – uma formulada pelo Governador do Estado, Pedro Taques, e outra apresentada pelo Escritório Zamar Taques Advogados Associados –, ao invés de encaminhar à autoridade competente para sua análise, simplesmente ‘proferiu decisão’, e determinou o fornecimento das fotocópias requeridas pelos peticionantes”.

O desembargador Orlando Perri sugere que o Ministério Público do Estado abra novas diligências para ouvir “diversos atores” citados na representação policial contra o secretário Rogers Jarbas.

“Entendo que está presente a prova da materialidade e dos indícios suficientes de autoria, assim como o risco de reiteração criminosa e a probabilidade de o representado prejudicar a investigação policial, porquanto se mantido no cargo público ocupado, obviamente que o representado, Rogers Jarbas, teria total e absoluta facilidade na continuidade da prática de fatos delituosos”.

Mais cedo nesta quarta (20), o desembargador Orlando Perri determinou o afastamento do secretário Rogers Jarbas do cargo e aplicação de medida de monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica.

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