O ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB), comparece nesta quarta-feira (11), às 8h30, para prestar depoimento no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Os promotores de Justiça e delegados querem esclarecimentos a respeito do esquema de cobrança de propina nas obras de reforma e construção de unidades escolares que vigorou na Seduc (Secretaria de Estado de Educação) em 2015.
O esquema veio à tona com a deflagração da Operação Rêmora que prendeu o ex-assessor especial Fábrio Frigeri; ex-superintendentes de Infraestrutura Escolar, Moisés Dias e Wander Luiz dos Reis; e o empresário Giovani Guizardi, dono da Dinamo Construções.
De acordo com as investigações, para receber pelos serviços prestados ao Estado, as empreiteiras teriam que pagar propina variável de 3% a 5% do valor do contrato. As fraudes ocorreram em contratos que somam até R$ 56 milhões.
Na decisão que autorizou as prisões preventivas e busca e apreensão, a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, afirmou que não havia provas envolvendo Permínio Pinto nas fraudes, ainda que houvesse uma citação de uma interceptação telefônica de que o ex-secretário teria interesse direto em uma obra de R$ 6 milhões realizada no município de Alta Floresta.
Uma das interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça e que subsidiam o relatorio da "Operação Rêmora" apontam que o então secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto, atendeu aos interesses de alguém que é influente sob sua pessoa para nomear Moisés Dias da Silva para a função de superintendente de Infraestrutura Escolar da Secretaria Estadual de Educação em novembro do ano passado.
Moisés foi um dos quatro presos. No dia 24 de novembro, o então assessor especial da Seduc, Fábio Frigeri, que também está preso, manteve conversa por telefone com um terceiro não identificado e é questionado se Moisés, que assumiu o cargo de Wander Luiz dos Reis, poderia atrapalhar o que supõe ser algo de seu interesse nas licitações milionárias da pasta.
Fábio Frigeri respondeu que a nomeação atendeu aos interesses de alguém com influência sob o então secretário Permínio Pinto e que tudo estava sob controle. Permínio Pinto acabou sendo inicialmente afastado das funções, mas foi exonerado. “Me diz uma coisa: essa situação do moço novo pode complicar para mil alguma coisa?", questiona "Moti".
Já o então "braço direito" tucano na pasta responde que a "a indicação foi feita pelo chefe do 01, não havendo motivos para ele (provavelmente moço novo) querer mexer e pergunta por que?". O Gaeco busca identificar qual figura política ou empresarial é o "chefe do 01".
(Fonte: FolhaMax)