A China não está satisfeita em se tornar a fabricante dominante de veículos elétricos (EVs, em inglês) do mundo. Ela quer que os chips internos também sejam feitos não país, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
No início de 2024, autoridades do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China pediram às principais montadoras que relatassem a cada trimestre quantos chips feitos localmente compraram, de acordo com as fontes. Pessoas envolvidas na indústria afirmam que o uso de chips chineses já aumentou para cerca de 15% – e que este número esta prestes a aumentar ainda mais.
A associação automobilística apoiada pelo Estado da China alertou as empresas locais no início deste mês contra a compra de processadores feitos pelos EUA, chamando-os de inseguros e não confiáveis, a primeira vez que emitiu tal mensagem publicamente.
Pequim está fazendo pouco segredo de sua política industrial, argumentando que controlar os cérebros dentro do produto de consumo mais importante do mundo é importante demais para ser deixado para as forças do mercado.
O governo chinês está definindo metas para chips nacionais e apoiando fabricantes nacionais de chips por meio de fundos estatais de semicondutores, incluindo um de US$ 47 bilhões iniciado em maio. Em 2024, a China também foi a maior compradora mundial de equipamentos de fabricação de semicondutores.
As empresas estrangeiras no negócio de chips para carros, que tem receita anual de mais de US$ 80 bilhões, enfrentam a escolha de produzir mais na China ou perder vendas. Muitas estão escolhendo a primeira opção, derrubando a cadeia de suprimentos global enxuta e eficiente para chips.
Semicondutores usados em aplicações automotivas representaram cerca de 15% do mercado de semicondutores de US$ 530 bilhões em 2023, ante 8% em 2020, de acordo com pesquisa da Gartner. Além dos fabricantes de longa data dos EUA, Europa e Japão, a Qualcomm e a Nvidia entraram no mercado de olho em sistemas de direção autônoma. Fonte: Dow Jones Newswires