Pensar o que daquele que nem pensa
a vida, enquanto dom, demais sagrado,
e pisa em gente humilde, de bom grado,
com tanto preconceito, indiferença.
O pensamento vai à mata densa
e a tudo mais que habita o seu reinado,
ao Pantanal, em chamas, ao Cerrado
a crepitar no fogo, que se adensa.
E na Amazônia? Índios, fauna, flora?
E como fica Oxóssi? O Caipora?
O fogo se avoluma, vai, se espalha.
A violência aumenta mundo afora,
o povo só padece tanto, chora,
enquanto o criminoso ri, gargalha.
Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua Portuguesa. Seus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais. É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.