Após o fechamento da Penitenciária de Pedra Petra 42 recuperandos foram transferidos para a Penitenciária Major Eldo de Sá Correia (Mata Grande), em Rondonópolis. A edição 582 do jornal Circuito Mato Grosso estampou na capa a realidade obscura do sistema carcerário no Estado.
Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) o fechamento faz parte de um projeto do governo do Estado que busca dar utilidade às pequenas unidades penitenciárias do interior, como por exemplo, centros de polícia comunitária, creches ou postos de saúde.
Procurado pela nossa equipe de reportagem, o juiz da 2ª Vara de Execuções Penais, Geraldo Fidélis, lamentou o fechamento da unidade. “É preocupante que estamos fechando unidades ao invés de abrir novas”, lamentou.
O juiz disse ainda que o Estado pode responder judicialmente pela superlotação nos presídios. “Nós estamos carente de vagas em todas as unidades. Todas, sem exceção. Fechar uma Penitenciária hoje em Mato Grosso é caminhar para trás”, pontuou.
Em 2016, o sistema Penitenciário de Mato Grosso recebeu R$ 64 milhões para investimentos. A expectativa é de que até 2017 pelo menos duas mil vagas sejam abertas no Sistema Prisional no Estado. Porém, para suprir a necessidade o Estado precisaria de, pelo menos, cinco mil novas vagas, de acordo com o presidente do Sindicado dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso, João Batista.
A penitenciaria Mata Grande é a maior do estado e segundo a Sejudh o impacto desses recuperandos seria mínimo para a unidade que atualmente tem 892 vagas.