O Sesc Casa do Artesão inaugurou no dia 15 deste mês a exposição Ritxoko: expressão cultural do povo Karajá/Iny. Quem assina a curadoria é Jocimar de Arruda, que com esmero idealizou todas as etapas da construção do evento. Bonecas de cerâmica do acervo do Centro Cultural Ikuiapá, uma unidade do Museu do Índio, da Fundação Nacional do Índio, elaboradas por mãos femininas, são o destaque do salão. Em meio aos livros, cartões-postais e outros objetos que têm o Karajá como ícone, a arte figurativa das bonecas reproduz situações cotidianas da vida aldeã, tal qual fez o mestre Vitalino de Caruaru, a divulgar por este mundo afora o modo de vida sertanejo.
Além das bonecas, ritxokó em língua Karajá, o espaço também é contemplado pelos desenhos de Loyuá Ribeiro Costa, que usa o lápis de cor e o giz de cera para trazer ao ambiente citadino fragmentos da vida na aldeia. Destaques vão para “Mulher e homem Iny”, “Iny, a origem” e “Aruanã”, este último adquirido por Fernando Aires Teixeira.
Passar os olhos pela linha do tempo dá ao visitante a oportunidade de conhecer alguns fatos marcantes da história Iny, que se inicia com a saída dos índios das profundezas do rio Bero Hokan, o rio Araguaia, e finaliza com a informação sobre a exposição da artista plástica Narubia Werreria Karajá no Palácio Araguaia “Txu Wyna Makre”, “Vá com o sol”. Werreria escreveu uma petição endereçada a Dilma Rousseff na qual pleiteia direitos perante a Justiça na luta contra o suicídio de seu povo: “Tenho esperança que nosso povo venha superar esses traumas e que nossos jovens voltem a sonhar e não terem pensamentos de morte e autodestruição; precisamos de uma intervenção urgente”.
Visitar a exposição Ritxoko: expressão da cultura Karajá é uma forma de compreender e valorizar o modo de viver Iny. É, sem dúvida, uma contribuição à luta contra o preconceito em relação ao indígena no Brasil. A exposição permanecerá até o dia 15 de agosto. Vale a pena conferir!