Mato Grosso é um dos nove estados da Amazônia Legal, e tem mais de metade do seu território dentro do que o ministério do meio ambiente define como Bioma Amazônia, porém nada disso foi suficiente para que o nosso governado escolhesse uma bela foto de Ipê, ou um Guarantã talvez, para a publicação da revista distribuida como propaganda estatal durante a ultima Conferência Mundial do Clima, em Bonn, na Alemanha. A imagem de uma floresta de "eucalipto" foi a divulgada junto ao questionável número de 64,7% de vegetação preservadas. Mas não foi a fotografia da monocultura nem o dado que causou alvoroço internacional, mas sim a resposta do governador à reporter do Jornal Folha de SP.
Ao ser questionado sobre a imagem, o chefe do executivo mato-grossense mandou a jornalista "Estudar mais" e disparou "Eucalipto é floresta, captura carbono e produz papel O Estado é capitalista. Não vivemos na Venezuela", disparou.
Apesar do diretor de conservação Fernando Sampaio ter sido mais polido, e argumentado que a imagem estava errada e que "Os números eram da conservação", vale lembrar que, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os dados florestais de Mato Grosso são bem menos confortáveis do que afirma Pedro Taques.
Segundo o Inpe, Mato Grosso esta em segundo lugar no ranking consolidado do desmatamento, oscilando nos ultimos tês anos com o Pará como campeão, e em 2016 perdeu 1601 km2 de floresta. E pior, se restam 64,7% de "áreas vegetais", o que provavelmente contabiliza Cerrado e Pantanal também, isso signifca que muitos já ultrapassaram o limite legal para corte na Amazônia, que segundo o Código Florestal de 2012 é de 80% dentro dos imóveis rurais situados em florestas.
Ou seja, existem muitas áreas ilegais e irregulares em Mato Grosso, e temos literalmente (ainda) uma preservação de papel…