Política

Pedro Henry renuncia ao mandato e se entrega à Polícia Federal

 
Com a entrega de Henry, do total de 25 condenados, 17 já estão presos. Outros três condenados  – Emerson Palmieri, Enivaldo Quadrado e José Borba – começarão a cumprir penas alternativas neste mês; um – Henrique Pizzolato- está foragido; um – Roberto Jefferson – aguarda decisão sobre prisão domiciliar; e outros três aguardam análise de novos recursos – João Paulo Cunha, João Cláudio Genu e Breno Fichberg.
Apesar de a carta de renúncia ter sido encaminhada nesta sexta à presidência da Câmara, a leitura do comunicado no plenário da Casa deverá ocorrer somente na próxima segunda-feira (16). A renúncia só poderá ser oficializada depois da leitura da mensagem diante dos parlamentares.
 
Acusado de ter recebido dinheiro em troca de apoio político no Congresso ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado do PP foi condenado pelo Supremo no processo do mensalão a 7 anos e 2 meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Nas duas condenações, o placar foi de 7 votos pela condenação e 3 pela absolvição.
 
Pedro Henry protocolou embargos infringentes (recursos que levam a novo julgamento) nos dois crimes, mesmo sem ter obtido ao menos quatro votos pela absolvição, número mínimo exigido para que um réu possa solicitar a revisão. Monocraticamente, o presidente do STF e relator do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, rejeitou os recursos.
 
O magistrado argumentou que Henry não preenchia o critério mínimo para ter direito a um novo julgamento.
 
Câmara dos Deputados
Mesmo depois de Joaquim Barbosa ter determinado o trânsito em julgado do processo para o deputado do PP, Pedro Henry chegou a marcar presença no plenário da Câmara nesta quinta. Ele estava em Brasília quando soube do mandado de prisão.
 
Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão imediata de Henry. Em parecer encaminhado ao STF, Janot afirmou entender que os embargos infringentes deveriam ser rejeitados por considerar que o ex-deputado não tinha os requisitos necessários.
 
Janot, no entanto, havia acolhido um dos pedidos do deputado de Mato Grosso, recomendando que o Supremo rediscutisse a cassação automática dos parlamentares condenados na ação penal. Apesar do parecer favorável do Ministério Público, Pedro Henry optou por renunciar ao mandato.
 
O deputado do PP é o terceiro parlamentar condenado no processo do mensalão que renuncia ao mandato no intervalo de duas semanas. No dia 3, José Genoino (PT-SP), que foi detido na primeira leva de mandados de prisão, renunciou para evitar a abertura do processo de cassação. Em 5 de dezembro, Valdemar Costa Neto (PR-SP) também anunciou sua renúncia após o Supremo ordenar sua prisão.
 
Críticas ao STF
Na carta de renúncia enviada à Câmara, Pedro Henry disse ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal “apesar da ausência de provas”. Ele afirmou que "trechos incompletos" de depoimentos levaram os ministros do STF a "entedimento equivocado" sobre sua participação no caso do mensalão.
 
“Neste ano, apesar da ausência de provas cabais do meu envolvimento, que levaram inclusive o ministro Ricardo Lewandowski  a afirmar que não encontrava sequer razões do porque da representação proposta contra mim, me vi condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Quando tentei contra argumentar minha inocência  e o entendimento equivocado de alguns ministros que extraíram  trechos incompletos  de depoimentos, que quando analisados na sua integridade, levariam  a conclusões diferentes daquela, me foi negado o duplo grau de jurisdição, que pudesse garantir minha defesa”, afirmou Henry na carta.
 
G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões