Opinião

Pedra 90: AMOR – Tristeza: 32 bibliotecas fechadas!

O Bairro Pedra 90 foi criado em 1990, na região Sul de Cuiabá-MT. A autora visitou o Bairro Pedra 90 em 11/07/2016, período matutino, convencionalmente, com luz solar maravilhosa, em que o trânsito fluiu com normalidade.  Então do Centro Histórico de Cuiabá para o bairro Pedra 90, foram 60 minutos, somente ida, retorno aproximadamente mesmo tempo, existindo forte calor, no ônibus não tinha ar condicionado.

O Censo de 2010 pontuou que a população do – Pedra 90, em Cuiabá-MT, era de 22.127 habitantes. Os dados referentes ao sexo, masculino: 11.134, feminilidade – 10.993. Em se tratando de faixa etária o número de habitantes: aproximadamente 60,7% entre 15 a 64 anos. Os jovens com idade de 0 a 14 representam aproximadamente 27,4%. Então, ainda mais um motivo para as autoridades lançarem seus olhares nesta juventude e investir fortemente em laços culturais do Pedra 90.

O Senhor Fernando Benedito de Almeida, pedreiro de profissão, admirável cidadão, morador do Pedra 90, com muito orgulho sempre enfatiza: “Sou do Pedra 90”. Daí minha curiosidade pelos moradores do bairro.

A Professora Silmara Dencati Santa Rosa é mestra em história pela Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT, coordenadora de ciências humanas da escola Professor Rafael Rueda, fundada em 1994, no bairro “Pedra 90”, escola com aproximadamente 300 alunos matriculados.

A imagem entrega o descaso do Poder Público ao deixar acumular lixo em frente à escola.

Silmara afirma que “foi feito diagnóstico dos alunos, e nós percebemos que têm deficiência na aprendizagem, tanto na língua portuguesa quanto na matemática e interpretação (…)”.

Considerando esse diagnóstico, os docentes Maria de Fátima Alves Feitosa, especialista em linguística, e professor Marcelo, dedicam-se para atividades na Sala de Apoio, tendo como objetivo recuperar as deficiências existentes no aprendizado.  As imagens das docentes: Silmara e Fátima, felizes apontam que as docentes estarão sempre unidas para melhoria da qualidade do ensino.

Quando a professora Silmara pronunciou a palavra ‘diagnóstico’ e ‘deficiência na aprendizagem’, aparentou emocionada. Com habilidades e caráter nós precisamos, e temos a obrigação de transformar o mundo com mais igualdade e justiça, principalmente dos jovens: Pedra 90.  Foram observados gráficos expostos na entrada da escola. É relevante refletir sobre o curso de sociologia, mantém estável no 1º ano abaixo da média, 5%, porém, no 3º ano todos acima da média. Então, Parabéns!

Das notas da disciplina de física no colégio, 63,9% estão abaixo da média no 1º ano, enquanto no 3º ano, 31% das notas estão abaixo da média; das notas da disciplina de matemática, 61% estão abaixo da média no 1º ano, enquanto no 3º ano, apenas 28% das notas estão abaixo da média no 3º ano. Parece-nos que merece reflexão profunda de especialista da educação.  O 3º ano chamou-nos atenção, tudo foi transformador, os dados surgem: excelente, perfeitos e agradáveis aos olhos acadêmicos.

Segundo a professora Maria de Fátima (2017), “os trabalhos das Salas de Apoio já estão apresentando os resultados”. Quando questionadas sobre evasão escolar, Professora Silmara respondeu “nós não temos problemas com evasão, está bem controlada, diário da sala (…) hoje o professor Marcelo já ligou para um pai, e, já está lá”. A direção da escola Rafael Rueda faz um trabalho de base para conter evasão escolar. A professora Feitosa diz sobre evasão: “monitoramos diário (…) monitoramos o tempo todo”. As docentes estão de parabéns, na efetivação do monitoramento das ausências. Foi tão relevante e esperançoso, sentir que, docentes que recebem um ínfimo salário, estas estão atuando com sensatez, felizes e esperançosas, prontas para colaborar com uma sociedade mais igualitária. As docentes estão desenvolvendo o projeto “Escola Plena de Ensino Integral.” Segundo professora Silmara em 2016, existiam duas escolas “Plenas”, na atualidade foram implantadas 14.

Os professores visivelmente sensibilizaram com as carências de “tudo”. Humanamente os profissionais de diversificadas áreas decidiram fomentar a aprendizagem. A Sala de aprendizagem é observada pelas professoras como ancoragens estimulantes de cérebros, valorizando o acesso à cultura. Elas de mãos entrelaçadas, têm como objetivo fornecer recursos para incentivar a juventude e gerar estímulos para o mundo tecnológico.

Entrevista de: Graci Ourives de Miranda (G.O. M) com a servidora Marcia Batista. M.B. – Técnica Administrativa da Escola Professor Rafael Rueda (Julho/2017).

 “(…) quando eu cheguei aqui o acervo são essas doações de alunos (…) na hora dos intervalos deles, no almoço eles estão na biblioteca à maioria, lendo e fazendo trabalhos.”

G.O. M – Eles gostam de ler?

M.B. Gostam inclusive nós estamos com projetos de leitura (…).

G.O. M – Mas, essas cadeiras são bem desconfortáveis para uma pessoa ficar duas ou três horas lendo?

 M.B. (…) Eles ficam no espaço lá fora e aqui dentro.

G.O. M – Então eles gostam da biblioteca?

M.B. – Gostam, gostam, gostam aqui nós não temos nem crianças só o Ensino Fundamental, eles estão direto aqui na hora do intervalo. Marcia Batista-M.B.

                O ambiente da escola do Pedra 90, poderia e pode ser comportado como as acomodações da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Legenda

É de suma importância os gestores, priorizar e dar relevância para as bibliotecas para que os jovens encontrem mais opção de evolução intelectual. Também para que os mundos olhem para o Brasil como exportador de intelectuais. E a prioridade das prioridades deverá ser investimentos e fomentação de maiores números de bibliotecas públicas.

Os números de bibliotecas fechadas foram expedidos através da Coordenadoria do Sistema Estadual de Bibliotecas Publica de MT. A servidora e professora Valdineia Ribeiro de Almeida, dentre as 154 bibliotecas mantidas pelo sistema estadual, 75 já foram visitadas pela equipe responsável, e diagnosticou que 32 delas estão atualmente fechadas.

 Será que as bibliotecas que se encontram fechadas, estão dando as costas para a Lei? A Lei que assim diz: “Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento das bibliotecas escolares”. LEI nº 12.224 de 24/05/2010, da Presidência da República.

Independente das localidades e existências das bibliotecas que se encontrem fechadas, sejam elas próximas da capital ou em regiões longínquas, necessitam ser reabertas urgentemente.

Os governantes deveriam fazer visitas surpresas nas instituições de ensino e bibliotecas. É relevante a convivência das ‘autoridades’ in loco, e o quão é importante: estabelecer, refletir e fomentar excelentes condições de trabalhos para estes profissionais. Os docentes e técnicos trabalhando cotidianamente com os jovens estão construindo e organizando nosso futuro.

É perceptível que tanto os jovens quanto idosos gostam de inteirar-se de novas tecnologias. Atualmente há curso de computação para idosos, na Biblioteca Central Estevão de Mendonça, e, conforme o Especialista em Ed. Música e Ens. de Arte, o professor Carlos Alberto de A. Santos (2017) “existe uma fila de 90 candidatos idosos na lista de espera.”.

Foi visitada também a biblioteca do E.E.Francisco Alexandre Ferreira Mendes, com aproximadamente 800 alunos, observou-se que o espaço a ser utilizado pela leitura também não é aconchegante e nem sequer adequado.

É evidente que os governantes devem propiciar bibliotecas com excelentes espaços, para que o cidadão possa transformar de leitores à fomentadores do saber.

Enquanto houver bambu, lá vai flecha”. Rodrigo Janot, procurador geral da República. (2017)

Sejam céleres!

 

Graci Ourives de Miranda é escritora

 

 

 

 

 

 

 

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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