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Patinetes elétricos são opção para fugir do trânsito, mas há alguns riscos

Muitos paulistanos já devem ter reparado que os patinetes elétricos estão de volta às ruas da capital. Por enquanto, eles podem ser vistos apenas nos bairros de Pinheiros, Jardins e Itaim Bibi e nas avenidas Paulista, Faria Lima e Rebouças.

O serviço de locação foi retomado em 13 de dezembro. Por ora, trata-se de uma operação piloto, já que a Whoosh, responsável pelo serviço, oferece apenas mil patinetes em 88 estações. A ideia, após análise dos dados iniciais, é ampliar a oferta. Com o tempo, se tudo der certo e as regras forem seguidas, a população paulistana poderá ter uma nova opção de transporte rápida e sustentável para driblar os congestionamentos diários da cidade.

PERIGOS

O retorno destes veículos de duas rodas, porém, vem acompanhado de uma dose de preocupação. “Os patinetes elétricos trazem vários riscos às pessoas”, diz Tânia Szejnfeld, ortopedista e traumatologista do Hospital Albert Einstein. “Principalmente porque, em caso de colisão, o usuário não tem nenhum tipo de proteção”, acrescenta.

Segundo a especialista, os principais riscos ao sofrer colisão ou queda com um patinete são fraturas nas mãos, nos punhos, joelhos, pés e tornozelos. Há ainda perigo de trauma craniano, possível até mesmo se o veículo estiver devagar.

“A velocidade que os patinetes desenvolvem é semelhante à de uma bicicleta. Mas eles têm risco maior porque, em caso de freagem brusca, a pessoa se projeta para frente e pode sofrer acidentes de maior intensidade”, avalia a médica. Como a bicicleta permite que, nesta situação, o condutor se segure no corpo do veículo, os danos podem ser menores.

REGRAS

De acordo com as normas definidas pela Prefeitura de São Paulo, os patinetes só podem atingir 20 km/h e transitar em ciclofaixas e ciclovias com velocidade permitida de até 40 km/h. Seu uso está proibido para menores de 18 anos. Não é permitido andar em calçadas nem ter dois passageiros. Capacete é recomendável, mas não obrigatório.

A Whoosh, que em São Paulo cobra R$ 2 para o desbloqueio e R$ 0,80 por minuto, já atua em Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ), diz ter 5.400 patinetes em uso no País. Em 2024, até agora, foram feitas cerca de 2 milhões de corridas e 91 acidentes registrados: índice de 0,004% e nenhum fatal. O seguro, feito em todas as viagens, foi utilizado seis vezes.

Em nota, a JET, outra empresa do segmento, afirma que tem 8 mil veículos no Brasil. Ela atua em Canela, Capão da Canoa, Gramado, Porto Alegre, Tramandaí (todas no RS), Balneário Camboriú, Blumenau, Florianópolis, Itajaí, Navegantes (em SC), Londrina (PR), São José dos Campos, Sorocaba (SP) e Vila Velha (ES) e diz que em 2024 “houve raros registros de acidentes, sem maiores consequências graves. Mas, infelizmente, houve um com vítima fatal em Porto Alegre”.

Para minimizar os riscos e garantir maior segurança ao usuário, a ortopedista Tânia Szejnfeld recomenda que a pessoa tenha experiência no manejo de patinetes, “o que não é tão simples quanto parece”, diz. Além disso, ela aconselha o uso de capacete e protetores de joelhos e cotovelos.

ACIDENTES NOS EUA

Se, em São Paulo, os patinetes estão de volta após sumirem das ruas por alguns anos, em outros locais eles têm preocupado as autoridades de saúde. Segundo reportagem publicada no jornal O Globo, em 16 de dezembro, um estudo divulgado pela revista médica Injury Prevention, especializada no tratamento de acidentados, revelou que o número de feridos em quedas desse tipo de veículo triplicou nos EUA desde 2019, quando os patinetes compartilhados já estavam disponíveis em várias cidades norte-americanas.

Estadão Conteudo

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