Cidades

Pastora que quebrou imagem de santa pede desculpa pelo vídeo

Após a repercussão negativa de um vídeo publicado nas redes sociais em que uma pastora de uma igreja evangélica de Botucatu, no interior de São Paulo, aparece quebrando imagens de Nossa Senhora Aparecida com um martelo, a pastora Zélia, responsável pelo ato, pediu desculpas.

"Peço desculpa pelo vídeo porque eu sou seguidora da palavra. Em nenhum momento eu pensei em ofender o Brasil, mas você sabe como é a internet. Vocês sabem como é o povo", disse a pastora em entrevista à Rádio Municipalista de Botucatu e à Agência 14 News.
 
Ela também contou que se arrependeu pela divulgação do vídeo e pediu perdão. "Peço desculpas a vocês e peço desculpas em nome de Jesus. Como eu tenho Deus no meu coração eu peço desculpas e peço que vocês parem. Porque sou seguidora da palavra e como seguidora da palavra eu tenho que honrar a palavra do meu Deus. E ele diz no livro que nós não devemos fazer para nós imagens de fundição e nem adorá-las", disse a pastora, em referência à repercussão negativa do vídeo.

Até quarta-feira (11), o perfil da pastora no Facebook estava ativo, no entanto, nesta quinta-feira (12) a página foi deletada. Na entrevista, ela afirmou que a intenção não era que o vídeo repercutisse negativamente.

Vídeo
O vídeo foi publicado na terça-feira (10), mas o internauta que postou o vídeo no Facebook apagou a publicação depois da repercussão negativa. Outras pessoas salvaram o material e compartilharam pelo WhatsApp.

Nas imagens, a mulher aparece quebrando imagens católicas com um martelo enquanto um grupo de pessoas faz várias orações. "Oh, glória. Não aceito outro Deus. Aleluia, Jesus. Teu nome seja glorificado, Senhor. Abençoa, Senhor, meu pai, que foi feita pelas mãos do inimigo. Seu nome será honrado e glorificado. Está quebrada, em nome de Jesus", dizia, no vídeo, um grupo de pessoas que acompanhavam a cerimônia.

De acordo com o Conselho Municipal de Pastores, a prática de se desfazer de uma imagem é comum quando alguém é convertido à nova religião, mas respeitando outras religiões, e não da forma realizada pela pastora. O conselho informou que vai entrar em contato com a pastora ter mais informações sobre o ocorrido.

A Policia Civil informou que não tem registro de boletim de ocorrência. Segundo o código penal, humilhar publicamente ato ou objeto de culto religioso é crime, sujeito a pena de um mês a um ano de prisão ou multa.

Repercussão
O pároco da catedral metropolitana de Botucatu, Emerson Rogério Anizi, conta que ficou muito triste ao ver o vídeo. “Nunca tivemos uma manifestação tão grosseira e tão desrespeitosa aqui, por isso me causou espanto e surpresa. Para nós foi uma surpresa tal atitude porque o diálogo é muito tranquilo em Botucatu. Nos encontramos todo mês de maio na Semana da Unidade, onde nos reunimos com a igreja evangélica”, diz o padre.

O pároco também acredita que o ato seja isolado e que não reflete um conjunto das igrejas evangélicas. “Esse foi o grande erro: essa interpretação que nós adoramos imagem, ela já erra nisso. Nós não adoramos imagens, nós veneramos, adorar é só Deus. A imagem serve como uma veneração, de respeito de pessoas que souberam viver a proposta dada por Cristo. Quando eu olho para uma imagem me sinto desafiado a viver da maneira que eles viveram."

Fonte: G1

Redação

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