Em cada 10 animais traficados, apenas um chega ao seu destino final, os outros nove acabam morrendo no momento da captura ou durante o transporte, conforme informações da Rede Nacional contra o Tráfico de Animais Silvestres (Renctas).
No relatório da Renctas apresenta-se a situação de que todos os animais traficados sofrem no esquema montado pelos traficantes. O qual inclui como prática anestesiá-los para que pareçam dóceis e mansos, até furar os olhos das aves para não enxergarem a luz do sol e não cantarem, evitando chamar a atenção da fiscalização.
Além de ter a sua biodiversidade ameaçada, o Brasil perde, anualmente, com o tráfico, uma quantia financeira incalculável, e uma gama irrecuperável de seus recursos genéticos.
É estimado que o tráfico de animais silvestres no Brasil seja responsável pela retirada anual de 38 milhões de espécimes da natureza.
De acordo com informações do Ibama nacional (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), os pássaros representam mais de 80% do tráfico de animais, seguidos de 16,7% de répteis. Os pássaros mais comumente apreendidos são coleirinho, trinca-ferro e canário-da-terra.
Foi observado que em geral a fauna brasileira é retirada do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e enviada para o Sudeste, o Sul e outras regiões do Nordeste, por meio terrestre ou fluvial, abastecendo o comércio nacional.
Em relação ao comércio ilegal internacional, destacam-se as cidades localizadas nas regiões de fronteira no Norte, Centro-Oeste e Sul do Brasil, bem como os portos e aeroportos localizados nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste.
Em geral, pássaros e os ovos das aves são enviados para a Europa e répteis para os Estados Unidos. O Ibama trabalha com a apreensão de animais, pois é difícil estimar a venda e a compra, já que se trata de atividade ilegal.
A soltura foi a destinação mais comum para os mamíferos, aves e répteis apreendidos, com apoio dos Centros de Triagem de Animais Silvestres em todos os Estados.