Nacional

Passagem aérea fica 17% mais cara e é vilã da inflação de setembro

 
Para o consumidor, os bilhetes ficaram 16,9% mais caros em setembro, após uma queda de 0,61% em agosto.
 
Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, o combustível é o item de maior peso no custo total das companhias aéreas, que embutiram o aumento no preço das passagens. "As companhias alegam que não repassaram tudo, mas algum repasse ocorreu", afirmou.
 
Sozinho, o reajuste dos bilhetes aéreos correspondeu a 0,08 ponto percentual do IPCA de 0,35% –ou 24% do índice. Foi o produto que individualmente pesou mais na inflação de setembro –em seguida, veio o pão francês, com impacto de 0,04 ponto percentual, que também sobe na esteira da alta do dólar e do maior custo da importação de trigo.
 
A coordenadora do IBGE disse que, mesmo em período de baixa temporada, a demanda por passagens aéreas ficou aquecida por conta de dois eventos que movimentaram muitos turistas: o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, e o festival de música Rock in Rio.
 
Nesse cenário de maior procura por bilhetes, ficou mais fácil para as companhias repassarem o custo maior com o combustível.
 
Com o aumento das passagens aéreas, o grupo transporte saiu de uma deflação de 0,06% em agosto para uma alta de 0,44% em setembro –a de maior peso no IPCA do mês.
 
Apesar do forte reajuste em setembro, as passagens acumulam uma queda de 14,37% de janeiro a setembro. Em 12 meses, porém, a variação ficou positiva em 13,94%. O índice pega os meses finais de 2012, habitualmente cresce a procura por passagens áreas no fim do ano e os preços sobem.
 
ÔNIBUS
 
O grupo transportes subiu também por conta do fim do efeito benéfico da retirada dos reajustes de ônibus nas principais capitais, após a onda de protestos de junho. O impacto, que conteve a inflação, ficou concentrado em julho e agosto, quando as tarifas recuaram 3,32% e 0,20%, respectivamente.
 
Dentre as 11 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas, apenas Fortaleza e Curitiba aumentaram as passagens de ônibus neste ano. Em Porto Alegre, onde começaram os primeiros focos de protesto contra o elevado custo do transporte público, os ônibus caíram 1,75%. Em Salvador, houve retração de 7,14% graças à redução da passagem aos domingos.
 
Em São Paulo, os preços ficaram estáveis, assim como nas demais áreas pesquisadas.
 
GASOLINA
 
Beneficiada pela safra recorde de cana e a consequente elevada produção de etanol, a gasolina ficou 0,42% mais barata em setembro. O derivado de petróleo recebe adição de 25% do biocombustível. Já o etanol recuou 0,72%.
 
Tal cenário, dizem analistas, abre caminho para um aumento da gasolina, pleiteado há meses pela Petrobras e sempre postergado pelo governo para não pressionar ainda mais a inflação.
 
Com o IPCA em 12 meses abaixo do teto da meta e no menor nível do ano (5,86%) e o recuo do preço dos combustíveis, abre-se uma janela para um reajuste em outubro, previsto pela LCA e outras consultorias.
 
A queda do etanol ajuda ainda a Petrobras. Com preço menor, o álcool fica mais competitivo em vários Estados, o que tende a reduzir o consumo de gasolina e a necessidade de importação do produto pela estatal.
 
Folha de S. Paulo

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus