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Passageiros reclamam de tumulto e viagem longa sem metrô

Viagens mais demoradas, trânsito, tumulto e ônibus que não param em pontos estão entre as principais reclamações dos passageiros, acostumados a usar o metrô, que precisam usar os coletivos na manhã desta quinta-feira (9), terceiro dia de greve dos metroviários. A paralisação é um protesto devido à falta de segurança nas estações.Mesmo após determinação do Tribunal Regional do Trabalho, o serviço continua parado inclusive no horário de pico.Uma reunião na tarde da última quarta (8) tentou a conciliação entre a categoria e a CBTU-Metrorec, administradora do sistema, sem sucesso.Diariamente, são transportadas pelo sistema cerca de 400 mil pessoas na capital, em Jaboatão dos Guararapes, São Lourenço da Mata e Camaragibe.

A secretária Josenilda do Nascimento aguardava um coletivo em Prazeres, em Jaboatão, para seguir até o trabalho. Contou ao menos três ônibus passando direto, mesmo com os sinais da população.O metrô está fazendo muita falta. Eu costumo chegar em casa 19h do trabalho, estou chegando 21h, lamenta.Em menos de dez minutos na parada em Prazeres, o G1 viu dois coletivos saírem com as portas quase sem conseguir fechar, de tantas pessoas que se aglomeravam nos degraus junto do motorista para não ter que esperar pelo próximo.Está muito difícil, a viagem demora muito mais, a gente faz o que pode para ir para o trabalho, conta o pintor Carlos dos Santos.

Grávida de oito meses, a auxiliar de produção Fernanda Carolina está enfrentando ainda mais dificuldades para ir de Prazeres até a Imbiribeira, no Recife, devido a falta de respeito.Ninguém olha no ônibus se você está grávida. No lugar de pegar só o metrô, tenho que pegar um ônibus até [o Terminal Integrado] Tancredo Neves e aí pegar outro para ir trabalhar, reclama. O marido, o motorista de caminhão Dason de Paula, também enfrenta dificuldades para ir até Paulista.Em vez de pegar metrô e ônibus, são quatro coletivos que pego e demoro muito mais, relata.

Cajueiro Seco
No Terminal Integrado de Cajueiro Seco, as filas começam logo cedo para tentar seguir viagem. Acostumado a andar de ônibus, o estofador Jaílson Marcelino afirma que para ele também está difícil.Está tudo mais lotado que o normal, as viagens demoram mais porque tem mais trânsito. Estou levando uma meia hora a mais, explica Marcelino.Outro problema é entrar no terminal. Com apenas uma catraca na bilheteria, a fila se estende pela rua em trechos em que não há calçada.Nunca vi um planejamento desses, você colocar uma catraca só em um terminal. É um absurdo, reclama o técnico em segurança do trabalho Samuel Gonçalves, lamentando a ausência do metrô.

A assistente administrativa Lindaci Rodrigues acredita que a paralisação é pior que a dos ônibus.Invés de levar 50 minutos até o trabalho, estou ficando uma hora na fila para tentar entrar em um coletivo lotado. São de duas a três horas indo e vindo. À noite, fiquei na porta do ônibus com medo de ficar na parada, relata.Nesta quinta-feira, os metroviários vão tentar uma reunião com a CBTU no Rio de Janeiro, onde fica a sede da empresa.

G1

Redação

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