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Passa de 240 o número de mortos em desabamento em Bangladesh

Wali Ashraf Khan, inspetor policial do posto telefônico aberto pelas autoridades locais para contabilizar o número de mortos, confirmou essa nova contagem ao jornal bengalês Daily Star e informou que o número de feridos supera as mil pessoas, segundo a imprensa local.
 
Na noite de quinta-feira (horário local), as autoridades anunciaram que 40 pessoas foram localizadas com vida em uma sala no interior do prédio, em uma operação transmitida ao vivo pela televisão local. "Nós encontramos 40 pessoas vivas dentro de uma sala", afirmou uma fonte militar no local da tragédia. "Eles estão sendo resgatados", completou o porta-voz, muito aplaudido pela multidão presente.
 
O edifício Rana Plaza, que além das unidades de confecção, também abrigava um mercado e um banco, desabou às 9h (0h de Brasília) de quarta-feira na localidade de Savar, perto de Daca. "O prédio todo desabou em minutos. A maioria dos trabalhadores não teve chance de escapar," disse à AFP o chefe do Departamento Nacional de Incêndios, Ahmed Ali. "Nós ainda podemos ouvir gritos fracos de algumas pessoas presas", disse.
 
O acidente voltou a demonstrar os problemas de segurança e as péssimas condições de trabalho da indústria têxtil em Bangladesh, o segundo maior exportador de roupas do mundo, que fornece peças a varejistas de todo o mundo.
 
Grupos de defesa dos direitos trabalhistas afirmaram que este foi o acidente mais grave em uma fábrica do país, o que levou o governo do primeiro-ministro Sheikh Hasina a declarar um dia nacional de luto.
 
A rede britânica de roupas de preços reduzidos Primark admitiu que uma de suas fornecedoras trabalhava no Rana Plaza. "A empresa está comovida e profundamente triste com este terrível acontecimento em Savar, perto de Daca, e expressa suas condolências a todos os afetados", afirma em um comunicado
 
Uma das unidades de confecção era a New Wave Style, que em seu site informa que trabalha para a empresa espanhola Mango e para a italiana Benetton. O grupo Walmart informou que investiga as acusações de militantes dos direitos dos trabalhadores de que possui fornecedores no Rana Plaza. A espanhola Mango admitiu vínculos com uma fabricante do edifício.
 
Apenas o primeiro andar do prédio ficou intacto, mas o local parecia ter sido atingido por um terremoto. Segundo o ministro do Interior, Muhiudin Khan, o prédio foi construído sem respeitar a legislação vigente.
 
Alguns funcionários das confecções alertaram publicamente na noite de terça-feira para a existência de rachaduras, o que provocou pânico entre os trabalhadores. O problema chegou a provocar uma correria que deixou dez feridos. Mas todos foram obrigados a retornar ao trabalho pelos chefes.
 
"Os chefes nos obrigaram a voltar e uma hora depois do retorno o edifício desabou com um grande barulho", contou à AFP Musumi, uma operária de 24 anos. Musumi afirmou que quase 5 mil pessoas trabalhavam no edifício, que também tinha apartamentos e lojas.
 
Ne cenário da tragédia, corpos e pessoas feridas eram retirados das partes mais altas da montanha de escombros com escorregas improvisados feitos de pedaços de pano que horas antes estavam sendo usados para confeccionar roupas para consumidores ocidentais.
 
A indústria têxtil de Bangladesh é a segunda maior do mundo. Abastece sobretudo marcas ocidentais de baixo custo. Mas o setor é muito criticado por não respeitar as normas de segurança. Em novembro de 2012, um incêndio em uma fábrica têxtil matou 111 pessoas no subúrbio de Daca.
 
Os desabamentos de imóveis em Bangladesh são frequentes, já que as normas de segurança da construção civil raramente são aplicadas no país. Em 2005, pelo menos 70 pessoas morreram no desabamento de uma fábrica têxtil na região de Daca. Em novembro do ano passado, 13 pessoas morreram na queda de uma ponte em construção na cidade portuária de Chitagong.
 
Fonte: Terra

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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