Internacional

Parlamento polonês rejeita lei que proibiria o aborto

Iniciativa popular admitida no Congresso da Polônia que prevê a proibição total ao aborto provocou protesto de milhares de pessoas nesta segunda-feira (3) (Foto: Agencja Gazeta/Slawomir Kaminski/via REUTERS )

O Parlamento da Polônia rejeitou nesta quinta-feira (6) por ampla maioria uma proposta de lei que pretendia proibir totalmente o aborto no país, segundo a France Presse. A proposta previa penas de prisão para as mulheres que interrompessem a gravidez voluntariamente.

O projeto de lei, que teve origem em uma iniciativa cidadã, havia sido apresentado pelo comitê "Stop avortment". O projeto de lei provocou protestos maciços das mulheres.

Os debates no Parlamento começaram na semana passada, mas já no sábado milhares de pessoas protestaram diante do Congresso para expressar o repúdio à possível mudança na legislação.

Na quarta-feira (5), o governo voltou atrás sobre o projeto. O vice-primeiro-ministro da Polônia, Jaroslaw Gowin, declarou que as manifestações contrárias fizeram o seu partido refletir. A mobilização das mulheres polonesas "nos fez pensar e foi uma lição de humildade, (…) avaliamos a importância destes protestos e a boa intenção de grande parte dos que protestaram", explicou.

A legislação vigente, que data de 1993 e é considerada uma das mais restritivas da Europa, só permite a interrupção da gravidez em caso de estupro ou incesto, quando representa um risco para a saúde da mãe e quando o feto apresenta más-formações graves, segundo a agência EFE.

Nesta quinta, antes da votação, Jaroslaw Kaczynski, líder do partido governista Lei e Justiça (PiS), disse que sua formação "sempre apoiaria o direito à vida", mas insistiu que os defensores da proposta de proibição do aborto não fazem isto da melhor maneira, segundo a France Presse.

O PiS apoia de maneira geral a proibição do aborto, mas Kaczynski percebeu que a maioria dos poloneses apoia a atual legislação que permite a interrupção da gravidez em alguns casos.

O texto foi rejeitado pelo Parlamento por 352 votos, incluindo deputados da maioria conservadora que governa o país e da oposição. Outros 58 deputados votaram a favor do projeto de lei e 18 optaram pela abstenção.

Fonte: G1

Redação

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