Parentes e amigos das pessoas desaparecidas no rompimento da Barragem Fundão da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, faziam um protesto nesta sexta-feira (20) em Mariana, na Região Central de Minas Gerais.
Sete mortos foram identificados e quatro corpos aguardam identificação. Doze pessoas estão desaparecidas.
O grupo carregava cartazes com fotos das vítimas e faixas e caminhavam do Centro Vocacional Técnico (CVT) até o escritório da Samarco. Eles pediam mais agilidade nos trabalhos de buscas pelos sumidos e pediam que o Corpo de Bombeiros não se desmobilizasse.
A 2ª Promotoria de Justiça de Mariana expediu, nesta sexta-feira (20), uma recomendação aos responsáveis pelo trabalho de busca, pedindo que as atividades não sejam interrompidas "até que tenham sido esgotadas as possibilidades de localização".
A barragem de Fundão foi rompida no dia 5 de novembro, destruindo o distrito de Bento Rodrigues e afetando Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce. Os rejeitos também atingiram dezenas de cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo. Sete mortos já foram identificados e quatro corpos aguardam identificação. Doze pessoas estão desaparecidas.
A estudante Sabrina Penna Carvalho, de 18 anos, é filha do operador de máquinas Daniel Altamiro de Carvalho, de 53, que desapareceu no momento do desastre quando dirigia um trator da Integral Engenharia.
“Precisamos de mais empenho dos órgãos competentes. Que as buscas não parem até que encontrar o último corpo. Quero dar um enterro digno ao meu pai. É o mínimo que o meu pai merece”, desabafou Sabrina.
O auxiliar técnico em manutenção Emerson Aparecido dos Santos, de 30 anos, também está com o pai desaparecido, Ailton Martins dos Santos, de 55. Emerson pediu para que os bombeiros não parassem as buscas. “A gente acha que elas [as buscas] diminuíram ou podem até ter acabado e a gente não está sabendo”.
O major Rubem Cruz, coordenador das operações do Corpo de Bombeiros em Mariana, garantiu que as buscas na região não foram interrompidas. De acordo com ele, nesta sexta-feira, 54 militares trabalhavam no local.
“Nós já tivemos dia que nós já tivemos 130 [bombeiros], porque nós tínhamos condições de percorrer toda a margem. E aí criamos duas equipes, margem esquerda e margem direita. Mas hoje, por exemplo, a gente não consegue fazer isso, porque os locais que eram permitidos fazer as buscas, nós já fizemos. Agora, nós estamos aguardando uma condição de segurança, para que a gente possa fazer uma próxima da [barragem] de Fundão”, informou o militar.
Segundo Cruz, as buscas funcionam de um modo “dinâmico” e são replanejadas conforme as condições. “A ocorrência é dinâmica. Cada dia ela apresenta uma característica diferente e nós vamos adequando. E aí vamos fazendo replanejamentos”, esclareceu o major.
Fonte: G1