Setembro Amarelo é o mês utilizado para campanha de conscientização e prevenção ao suicídio. A psiquiatra Lisbeth Campolin alerta que os casos de suicídios podem acontecer muito próximo, porém os sinais muitas vezes passam despercebidos.
Entre os alertas que podem ajudar a identificar alguém que esteja pensando em suicídio é ficar atento à tristeza excessiva, descuido com aparência, afastamento dos familiares e amigos.
“Muitas vezes a pessoa pode ter o sentimento de culpa e baixa autoestima, se sentindo um fardo para as outras pessoas. Elas podem relatar falta de esperança em relação ao futuro ou a crença de que as coisas não vão melhorar”, esclarece Campolin.
A psiquiatra diz que as conversas podem apresentar um tom de despedida e, além disso, alguns chegam a comentar sobre a morte e suicídio, além de fazer ameaças à própria vida.
A questão mais importante é saber como ajudar. Uma das orientações de Campolin é: “Se você suspeitar que uma pessoa próxima esteja pensando em suicídio, pergunte diretamente para ela. Não tenha medo. Mostre que ela pode dividir isso com você”.
A médica explica que é importante demonstrar que você se importa com a pessoa. “Não minimize os problemas dela, não julgue, esteja aberto para conversar sobre o assunto. Tente mostrar para a pessoa que existem outras soluções para o problema, e que o pensamento suicida vai passar. É importante incentivar ela a buscar ajuda médica e se ofereça para acompanhá-la até essa consulta”.
Por fim, a médica, que atua em Cuiabá e Várzea Grande (MT), destaca que a pessoa ao pensar em suicídio quer acabar com o próprio sofrimento e que as ameaças são, muitas vezes, um pedido de ajuda.
Setembro Amarelo
Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.
Estatística
São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo, sendo que 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens.