Localizada a 840 quilômetros de Cuiabá, Paranaíta vem se consolidando como uma referência em piscicultura em Mato Grosso, mesmo com pouco mais de 12 mil habitantes. O município alcançou a marca de 928,95 toneladas de peixes produzidas por ano, ocupando a 14ª posição no ranking estadual, segundo dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT).
O avanço expressivo é resultado de uma atuação conjunta entre a Prefeitura de Paranaíta, produtores rurais e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso (Sebrae/MT). Há cerca de cinco anos, a entidade iniciou um trabalho de organização e profissionalização da atividade, que até então era limitada a pequenos tanques voltados, em sua maioria, ao consumo familiar.
No início do projeto, apenas nove produtores participavam da iniciativa, com uma produção anual de 107 toneladas. Atualmente, cerca de 70 piscicultores recebem assistência técnica do Sebrae e são responsáveis por aproximadamente um terço de toda a produção do município, evidenciando o impacto direto do acompanhamento especializado.
O engenheiro de pesca e consultor do Sebrae/MT, Jailson Baumgartner, explica que a mudança começou com a quebra de crenças sobre a atividade. Segundo ele, foi fundamental mostrar que a piscicultura exige manejo técnico, controle de custos, qualidade da água e densidade adequada de peixes. A redução de cerca de 50% no custo da ração, viabilizada com apoio logístico da prefeitura, foi decisiva para tornar o negócio sustentável.
Entre os exemplos de sucesso está o produtor Severino de Carvalho Vieira, do Sítio Serra de Sonhos, que superou as expectativas logo na primeira despesca após receber orientação técnica. Hoje, ele comercializa peixe semanalmente, fornece para pesque-pagues e frigoríficos da região e planeja ampliar a estrutura de produção, transformando a piscicultura em sua principal fonte de renda.
Para o prefeito Osmar Mandacarú e o coordenador regional do Sebrae em Alta Floresta, Adriano Cabreira, Paranaíta demonstra como a assistência técnica contínua pode impulsionar economias locais. A piscicultura deixou de ser uma atividade complementar e passou a ocupar papel central no desenvolvimento do município, com perspectiva de expansão, fortalecimento do cooperativismo e abertura de novos mercados.



