A paralisação completou 4 dias nesta sexta-feira (20).
Segundo o diretor regional dos Correios, Nilton do Nascimento, as 99 mil postagens fazem parte de um universo de 400 mil correspondências que chegam aos Correios.
Ele explicou que são de “postagens simples” e não estão relacionados aos serviços essenciais.
“Com relação aos serviços emergências como o sedex, telegrama e PAC, o trabalho continua normal”, destacou.
Nascimento também disse que todas as agências estão em funcionamento. Dessa forma, não foram comprometidos serviços como pagamento de contas.
“O que pode acontecer é a demora da prestação do serviço em algumas agências, por causa da greve”, disse.
Nascimento enfatizou que a greve ainda não causou grandes prejuízos à entrega de postagens devido ao Plano de Continuidade de Remanejamento.
O plano, segundo o diretor, consiste em remanejar funcionários de um setor para o outro. Com isso, ameniza os efeitos da greve e mantém certa regularidade na entrega das correspondências, principalmente, no que se refere aos serviços essenciais.
Mato Grosso conta com 167 agências dos Correios. Deste total, 16 são franqueadas.
Só na grande Cuiabá existem 30 agências dos Correios. “Todas as agências estão funcionando”, enfatizou o diretor dos Correios.
Números divergentes
A Direção dos Correios e o sindicato da categoria apresentam números diferentes em relação à greve.
De acordo com Nascimento, dos 1700 trabalhadores que atuam nas agências de Mato Grosso, apenas 142 participam da paralisação, o que representa 8,6% do total de funcionários.
Já o movimento grevista contesta os dados.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas dos Correios, Telegráfos e Serviços Postais (Sintett), Admar Leite, a greve já conta com 65% de adesão no setor operacional, ou seja, na entrega das correspondências.
“Os trabalhadores cruzaram os braços em Cuiabá, Várzea Grande e em mais 20 cidades do interior, dentre elas, as cidades pólos, como Sinop, Rondonópolis e Barra do Bugres”, afirmou Leite.
Reivindicações da categoria
Os trabalhadores dos Correios reivindicam reajuste salarial de 7.30% e ganho real de 15%. “Além disso, exigimos um incremento de 200 reais no salário dos trabalhadores e reposição salarial de 20%”.
Segundo o presidente do Sintett, outra reivindicação importante é a “luta contra a terceirização do plano de saúde”.
“A direção dos Correios quer terceirizar o plano de saúde. Com a terceirização, os trabalhadores terão que pagar integralmente pelo plano”, disse.
Outra pauta, conforme Leite, é a troca de turno dos carteiros. “Queremos a reversão do horário, que os trabalhadores passem a entregar as postagens no período matutino e não mais no vespertino. Isso porque, de manhã, o clima é mais ameno”, explicou.
Os trabalhadores também reivindicam mais segurança nas agências dos Correios. “Só neste ano, 50 agências foram assaltadas no Estado”, informou o presidente do Sintett.
Fonte: Agência da Notícia