Um estudante amapaense de 20 anos utilizou um complemento inusitado para informar o endereço residencial quando foi se inscrever no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O candidato mora no bairro Perpétuo Socorro, na Zona Leste de Macapá e, na hora de preencher a inscrição no site do Enem, identificou como ponto de referência para o seu endereço a expressão "próximo a uma boca de fumo". O jovem, que pediu para não ser identificado, disse que quis "zoar" e "ajudar o carteiro" a localizar o endereço. A correspondência traz o endereço do local de provas dos candidatos e outros detalhes sobre a inscrição, mas não precisa ser apresentada no dia da prova.
Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que "o campo 'complemento' existente no formulário de inscrição do Enem, cujo preenchimento é de responsabilidade exclusiva do participante, tem por objetivo auxiliar os Correios na entrega dos cartões de confirmação", e que, "caso seja comprovado que houve desrespeito ao Exame por declaração falsa ou inexata, o candidato será eliminado, conforme prevê o Edital nos itens 4.3 e 19.3.1".
"Foi uma forma de zoar e na verdade até ajudar o carteiro. Sou bem-humorado e é bem verdade que existe uma boca de fumo por perto", reforçou o jovem, que disse ser estudioso e estar preparado para fazer o Enem. Ele recebeu a correspondência na terça-feira (28).
"Meu pai achou engraçado e meu irmão também, mas se todo mundo sabe disso [da boca de fumo] por que esconder né?", questionou o rapaz, que em 2013 ingressou na Universidade Federal do Amapá (Unifap) através do Enem. Ele conta que em 2014 vai fazer o exame apenas para "testar os conhecimentos".
Em nota, o Inep lamentou o "uso indevido desse campo" e informou que já solicitou esclarecimentos ao participante sobre o motivo que o levou a preencher o mencionado campo dessa forma.
O caso ganhou repercussão no Amapá, após uma imagem do documento ter sido compartilhada nas redes sociais. O estudante disse que ficou surpreso com a quantidade de reproduções da foto na internet. "Eu tirei uma foto e publiquei em um grupo que tenho com os meus amigos no WhatsApp, aí eles começaram a compartilhar e gerou tudo isso", falou.
A utilização do ponto de referência não é o primeiro endereço inusitado que chegou à sede dos Correios no Amapá. Segundo o carteiro Ivanildo de Matos, que há quase três anos trabalha no estado, é comum que a população use referências “estranhas” para identificar imóveis.
"A gente sempre encontra por aí essas coisas. De 'bocas de fumo' eu já ouvi falar também, só que mais em áreas de baixada, mas a gente sempre dá um jeito [para chegar até o endereço]", disse.
G1