Esportes

Para jornal inglês, um hooligan é uma flor perto de organizadas brasileiras

 
Em artigo publicado nesta terça-feira no jornal inglês The Guardian, o jornalista faz uma análise sobre o comportamento das torcidas organizadas pelo país e chega a compará-las a gangues criminosas que competem por espaço e ameaçam e intimidam os próprios clubes. Esta postura, somada a casos recentes de violência em jogos, como a morte do torcedor santista após o clássico contra o São Paulo e a briga entre torcedores do Atlético-PR e do Vasco em 2013, são os fatores que, segundo Watts, afastam o torcedor dos estádios.
 
"Jogos já foram interrompidos e os jogadores estão tão aterrorizados com casos de lesões físicas e invasões de treinamentos que têm medo de reagir. Provavelmente é a frequência com que casos violentos acontecem que mais assusta", escreve ele.
 
No texto, o jornalista ainda diz que nossos torcedores fazem os piores 'hooligans' ingleses parecerem bonzinhos. Sobre esta afirmação ele destaca sobre o fato de, às vésperas da Copa do Mundo, não haver preocupação com possíveis ameaças dos 'hooligans' ao Mundial, algo que o jornalista diz ser comum antes das Copas.
 
"Viagens ao Brasil foram proibidas para 2.500 arruaceiros condenados no Reino Unido e haverá policiais ingleses cooperando com a polícia local, mas estas medidas têm gerado menos atenção do que no passado. Isto porque, em comparação com o que está acontecendo no Brasil, até mesmo o mais sórdido 'hooligan' inglês parece relativamente manso".
 
Neste cenário, a Copa do Mundo aparece como um avanço. A infra-estrutura, os padrões de comportamento demandados pelo Mundial e a renda arrecadada para o esporte são apontados pelo jornalista como um legado positivo da Copa ao país, que devem diminuir a violência nos estádios. "Assim como aconteceu no Reino Unido a partir dos anos 80, o aumento do preço dos ingressos também significa afastar os torcedores mais violentos", explica.
 
Assim, Watts acredita que, logo que a Copa terminar, as autoridades brasileiras devem trabalhar para acabar com a impressão de que os jogos são desastres esperando para acontecer. Caso isso não aconteça ele alerta: "Os grandiosos novos estádios ficarão tão vazios quanto os antigos".
 
Copa do Mundo UOL

Redação

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