A Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp-AC) decidiu isolar 44 detentos do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) do presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. Segundo o secretário da pasta, Emylson Farias, a medida preventiva é realizada desde 2016, quando começaram a ser feitas revistas diárias mais efetivas para evitar incidentes como rebeliões.
"São inúmeras ações que a gente vem implementando desde o ano passado. Só uma ação não resolve. Quando falo que a gente colocou o RDD [Regime Disciplinar Diferenciado] foi para isolar lideranças. Colocar onde tem que ficar, sem comunicação. Lá na Amaro estão 44 lideranças isoladas. Aqui na UP4 reforçamos o policiamento”, diz.
O órgão anunciou ainda nesta sexta-feira (6) reforço interno nas unidades prisionais da capital e interior do Acre.
As medidas foram tomadas devido à rebelião que deixou 60 mortos em Manaus (AM) e a morte de 33 presos na madrugada desta sexta-feira (6) na maior penitenciária de Roraima (RR). No Acre, uma rebelião em outubro de 2016 deixou quatro mortos e 19 feridos.
No presídio Francisco d'Olivera Conde (FOC) devem atuar policiais civis, militares e agentes penitenciários em regime de 24 horas por tempo indeterminado. O mesmo deve ser feito na unidade prisional Antônio Amaro e nos municípios de Cruzeiro do Sul, Senador Guiomard, Sena Madureira e Tarauacá onde também há presídios. O secretário preferiu não divulgar o número de agentes que devem fazer esse reforço por medida de segurança.
"O ano inteiro falamos que a situação do regime prisional no Brasil estava colapsada, parecia até que a gente estava se defendendo e colocando a culpa nos outros, o que queríamos era alertar para uma tragédia que podia acontecer no país. Esse efetivo nos presídios já existe, o que estamos fazendo é aumentar, assim como os policiais da reserva que foram chamados no final de ano", explica o secretário.
Farias destaca ainda que 120 aprovados no processo seletivo simplificado do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE-AC) devem atuar no FOC a partir de fevereiro. Ele afirma que a inteligência da Sesp-AC atua para que o policiamento promova ações preventivas para garantir a segurança dentro e fora dos presídios
"A gente precisa estar sempre atento ao meio externo. Estamos com inúmeras ações nas ruas como a Operação Saturação Máxima, por exemplo, onde tiramos de circulação várias armas e munições que são ativos criminais que impactam na violência e criminalidade. Se Deus quiser vamos enfrentar esse momento que outros estados estão vivendo em segurança", finaliza.
Colaborou Lys Mendes, da TV Acre.
Fonte: G1