Na semana passada, o governo brasileiro refez sua proposta de mudança da parceria, pedindo que as exportações de veículos mexicanos ao Brasil sejam limitadas a US$ 1,4 bilhão anual pelo prazo dos próximos três anos.
Segundo a Folha apurou, os mexicanos acharam a ideia viável, já que a proposta anterior falava num limite de US$ 1,17 bilhão.
Mesmo assim, a reação do México à nova proposta brasileira foi classificada como "vaga" pelo governo Dilma, sem uma resposta direta ao que foi proposto pelo Brasil.
No documento, as autoridades mexicanas pediram um encontro pessoal com o primeiro escalão brasileiro, já que isso criaria uma possibilidade maior de consenso.
O governo brasileiro considera essa nova etapa de negociações –os mexicanos já estiveram duas vezes no Brasil — como "decisiva".
Segundo a Folha apurou, do lado brasileiro, existe a avaliação de que há espaço para os dois lados cederem na busca de acordo.
PEÇAS REGIONAIS
Também vai entrar nas negociações do acordo a inclusão de veículos pesados e o aumento do percentual de peças regionais para que um carro mexicano possa ser exportado ao Brasil sem pagar a alta do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), cobrada desde 2011 de carros que sejam importados.
O governo Dilma quer subir esse conteúdo regional de peças automotivas do lado mexicano de 30% para 35% e elevá-lo, ao longo dos próximos quatro anos, para 45%.
No Brasil esse percentual é de 65%. Este é o raciocínio do governo: de que adianta barrar a entrada de importados, para estimular investimentos das montadoras na produção em território brasileiro, se os mexicanos, que não estão sujeitos à alta do imposto, exigem um percentual menor do que o Brasil?
No ano passado, as exportações de automóveis do México para o Brasil alcançaram a marca de US$ 2 bilhões.
Em 2002, quando o acordo automotivo começou a vigorar, foram apenas US$ 54,7 milhões.
Em razão do maior número de veículos vindos do México, o deficit brasileiro foi de US$ 1,55 bilhão em 2011.
Fonte: FOLHA.COM