Em um vídeo feito especialmente para a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP30), o papa Leão XIV afirmou que a mudança climática não é mais uma ameaça distante. Na saudação divulgada nesta segunda-feira, 17, o pontífice assumiu um tom mais duro, pedindo ações concretas contra o aquecimento do planeta e vontade política para implementar mudanças.
“A criação clama em enchentes, secas, tormentas e um calor implacável. Uma de cada três pessoas vive em grande vulnerabilidade em consequência dessas mudanças. Para elas, a mudança climática não é uma ameaça distante”, afirmou o papa. “Ignorar essas pessoas é negar nossa humanidade compartilhada.”
Leão XIV destacou que ainda há tempo para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 °C, mas a janela está se fechando.
“Como custódios da criação de Deus, somos chamados a agir com rapidez, fé e profecia para proteger o dom que Ele nos confiou”, conclamou. “Vocês escolheram a esperança e a ação frente à desesperação, construindo uma comunidade global que trabalha em conjunto. Avanços foram alcançados, mas não suficientes. A esperança e a determinação devem se renovar, não só com palavras e aspirações, mas também com ações concretas.”
O papa citou o Acordo de Paris, que limita o aumento médio das temperaturas a 2 ºC, idealmente 1,5ºC, mas afirmou que estão faltando ações concretas:
“O Acordo de Paris tem impulsionado um progresso real e continua sendo nossa ferramenta mais poderosa para proteger as pessoas e o planeta”, afirmou. “Mas devemos ser honestos: não é o Acordo que está falhando, mas sim nossa resposta. O que está falhando é a vontade política de alguns.”
Segundo Leão XIV, ações climáticas mais contundentes “criarão sistemas econômicos mais sólidos e justos”.
O papa foi convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para participar da COP, em Belém, mas alegou que não poderia viajar para o Brasil por conta dos compromissos do Jubileu 2025. Nesta segunda-feira, então, o pontífice enviou um vídeo aos participantes da cúpula.



