No domingo, 23, o papa Francisco, de 88 anos, fez sua primeira aparição pública em cinco semanas antes de receber alta do hospital onde sobreviveu a um grave caso de pneumonia que por duas vezes ameaçou sua vida. De cadeira de rodas, o líder da Igreja Católica fez uma breve saudação para os fiéis durante a oração dominical do Angelus, por volta das 8 horas da manhã (horário de Brasília) e fez o sinal de positivo.
Os católicos em frente ao Hospital Gemelli aclamaram o retorno com gritos de “Viva o papa”. Em mensagem lida para todos, o pontífice agradeceu as orações por sua recuperação. “Vocês vêm orando por mim com tanta paciência e perseverança! Muito obrigado. Eu também oro por vocês”, declarou. Além disso, ele também fez novos apelos pela paz, ao citar conflitos em Gaza e na Ucrânia. Ele não presidia a oração do Angelus desde 9 de fevereiro – algo que nunca havia ocorrido em seus 12 anos à frente da Igreja.
O papa Francisco deu sua bênção do 5º andar do Gemelli, em Roma. Ele preferiu fazer a aparição deste local – e não do 10º andar do prédio, onde fica a suíte papal – para que as centenas de fiéis que se reuniram na praça próxima ao Gemelli pudessem vê-lo melhor. Na multidão, ele destacou a presença de uma mulher com flores amarelas, assídua frequentadora das audiências gerais das quartas-feiras. “Brava!”, disse Francisco, saudando-a em italiano.
REABILITAÇÃO
Após se despedir da equipe do centro médico, o pontífice retornou ao Vaticano para começar pelo menos dois meses de descanso, reabilitação e convalescença, durante os quais os médicos disseram que ele deve evitar encontros em grandes grupos ou esforço em excesso. O papa saiu do hospital utilizando cânula nasal para receber oxigênio suplementar, uma terapia comum para pessoas em recuperação de doenças pulmonares.
Contudo, o médico pessoal de Francisco, o doutor Luigi Carbone, disse no sábado que o papa eventualmente poderá retomar todas as suas atividades normais, desde que mantenha o progresso lento e constante que tem apresentado até agora. Por causa do tempo em que passou com ventilação mecânica, ele precisará fazer sessões de fonoaudiologia para voltar a falar como antes.
Seu retorno para casa, após a hospitalização mais longa de seu papado de 12 anos (e a segunda mais longa na história papal recente), trouxe alívio tangível ao Vaticano e aos fiéis católicos que têm acompanhado com nervosismo os 38 dias de altos e baixos na saúde de Francisco.
Nenhum arranjo especial foi feito na Domus Santa Marta, o hotel do Vaticano ao lado da basílica de São Pedro onde Francisco vive em uma suíte de dois quartos no segundo andar. O papa terá acesso a oxigênio suplementar e cuidados médicos 24 horas por dia conforme necessário, embora Carbone tenha dito que espera que Francisco progressivamente precise de menos assistência respiratória à medida que seus pulmões se recuperem.
Embora a infecção por pneumonia tenha sido tratada com sucesso, Francisco continuará tomando medicação oral por um bom tempo para tratar a infecção fúngica em seus pulmões e continuará sua fisioterapia respiratória e física.
“Por três ou quatro dias ele vinha perguntando quando poderia ir para casa. Então ele está muito feliz”, disse Carbone. (com agências internacionais)